sábado, 21 de janeiro de 2012
Apenas passe adiante
Lá estava eu com minha família, em férias, num acampamento isolado e com carro enguiçado. Isso aconteceu há 5 anos, mas lembro-me como se fosse ontem.
Tentei dar a partida no carro e ... nada! Caminhei para fora do acampamento e, felizmente, meus palavrões foram abafados pelo barulho do riacho. Minha mulher e eu concluímos que éramos vítimas de uma bateria arriada.
Sem alternativa, decidi voltar á pé até a vila mais próxima e procurar ajuda.
Depois de uma hora, e um tornozelo torcido, cheguei finalmente a um posto de gasolina. Ao me aproximar, lembrei que era domingo e, é claro, o lugar estava fechado. Por sorte havia um telefone público e uma lista telefônica já com as folhas em frangalhos.
Consegui ligar para a única companhia de auto-socorro que encontrei na lista, localizada há cerca de 30 km dali.
- "Não tem problema", disse a pessoa do outro lado da linha. "Normalmente estou fechado aos domingos, mas posso chegar aí em, mais ou menos, meia hora".
Fiquei aliviado, mas, ao mesmo tempo, consciente das implicações financeiras que essa oferta de ajuda me causaria.
Logo seguíamos, eu e o Zé, no seu reluzente caminhão-guincho em direção ao acampamento. Quando saí do caminhão, observei, com espanto, o Zé descer com aparelhos na perna e a ajuda de muletas para se locomover.
- "Santo Deus ! Ele era paraplégico!", pensei.
Enquanto se movimentava, comecei novamente minha ginástica mental em calcular o preço da sua ajuda.
- "É só uma bateria descarregada; uma pequena carga elétrica e vocês poderão seguir viagem", disse-me ele.
O homem era impressionante: enquanto a bateria carregava, distraiu meu filho com truques de mágica, e chegou a tirar uma moeda da orelha, presenteando-a ao garoto.
Enquanto colocava os cabos de volta no caminhão, perguntei quanto lhe devia.
- "Oh! nada" - respondeu, para minha surpresa.
Depois de uma hora, e um tornozelo torcido, cheguei finalmente a um posto de gasolina. Ao me aproximar, lembrei que era domingo e, é claro, o lugar estava fechado. Por sorte havia um telefone público e uma lista telefônica já com as folhas em frangalhos.
Consegui ligar para a única companhia de auto-socorro que encontrei na lista, localizada há cerca de 30 km dali.
- "Não tem problema", disse a pessoa do outro lado da linha. "Normalmente estou fechado aos domingos, mas posso chegar aí em, mais ou menos, meia hora".
Fiquei aliviado, mas, ao mesmo tempo, consciente das implicações financeiras que essa oferta de ajuda me causaria.
Logo seguíamos, eu e o Zé, no seu reluzente caminhão-guincho em direção ao acampamento. Quando saí do caminhão, observei, com espanto, o Zé descer com aparelhos na perna e a ajuda de muletas para se locomover.
- "Santo Deus ! Ele era paraplégico!", pensei.
Enquanto se movimentava, comecei novamente minha ginástica mental em calcular o preço da sua ajuda.
- "É só uma bateria descarregada; uma pequena carga elétrica e vocês poderão seguir viagem", disse-me ele.
O homem era impressionante: enquanto a bateria carregava, distraiu meu filho com truques de mágica, e chegou a tirar uma moeda da orelha, presenteando-a ao garoto.
Enquanto colocava os cabos de volta no caminhão, perguntei quanto lhe devia.
- "Oh! nada" - respondeu, para minha surpresa.
- "Tenho que lhe pagar alguma coisa", insisti.
- "Não", reiterou ele. "Há muitos anos atrás, alguém me ajudou a sair de uma situação muito pior, em um grave acidente, quando perdi as minhas pernas, e o sujeito que me socorreu, simplesmente me disse":
- "Quando tiver uma oportunidade, passe isso adiante".
- "Eis minha chance. Você não me deve nada! Apenas lembre-se: quando tiver uma oportunidade semelhante, faça o mesmo... passe adiante!"
"Somos todos anjos de uma asa só, mas, como somos imperfeitos, precisamos nos abraçar para alçar vôo"
Se você gostou desta história, por favor, não agradeça, apenas "passe adiante"!
Desconheço o autor.
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- É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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