quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aula de amor


A pessoa que ama é uma pessoa espontânea. A pessoa que ama não tem necessidade de ser perfeita, apenas humana.

Se você sente amor dentro de seu coração, deixe que os outros conheçam seus sentimentos. Liberte suas emoções! Não viva no passado. Ele só tem valor porque fez de você o que é hoje.

Viva no agora!

Quando estiver comendo, coma.
Quando estiver falando, fale.
Quando estiver olhando, olhe.
Quando estiver amando, ame.

E perceba a beleza de cada momento.

Não devemos ter medo de mostrar emoções. O amor é como um espelho. Quando você ama uma pessoa, se transforma no espelho dela e ela no seu. O amor verdadeiro só cria, nunca destrói.

O amor tem os braços abertos. Se você fechar os braços para o amor, verá que está apenas abraçando a si mesma e isolando-se no mundo, descobrindo a solidão. Jamais reprima seus sentimentos, senão eles jamais se tornarão realidade.

Se você quer dar uma risada, dê uma gargalhada.
Se você quer gritar, desabafe.
Se você quer amar, ame com todas suas forças.
Só assim você achará a verdadeira felicidade.

Isto não é um poema de amor; é sobre você, e sobre todo aquele que um dia se expôs para tocar o coração de outra pessoa.

Leonardo Fonseca Paiva.

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

O poder da doçura


Um viajante caminhava pela estrada quando observou o pequeno rio que começava tímido por entre as pedras. Foi seguindo-o por muito tempo. Aos poucos ele foi tomando volume e se tornando um rio maior. O viajante continuou a seguí-lo.

Bem mais adiante, o que era um pequeno rio se dividiu em dezenas de cachoeiras, num espetáculo de águas cantantes.

A música das águas atraiu mais o viajante, que se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras. Descobriu, finalmente, uma gruta.

A natureza criara, com paciência caprichosa, formas na gruta. Ele foi adentrando a caverna, admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo.

De repente, descobriu uma placa. Alguém estivera ali antes dele. Com a lanterna iluminou os versos que nela estavam escritos. Eram versos do grande escritor Tagore, prêmio Nobel de literatura de 1913:

“Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua canção. Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir.”

Assim também acontece na vida. Existem pessoas que explodem por coisa nenhuma e que desejam tudo arrumar aos gritos e pancadas. E existem as pessoas suaves, que sabem dosar a energia e tudo conseguem. São as criaturas que não falam muito, mas agem bastante.

Enquanto muitos ainda se encontram à mesa das discussões para a tomada de decisões, elas já se encontram a postos, agindo!

Desconheço a autoria.

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Castelos de areia

 
 
Num dia de verão, eu estava na praia observando duas crianças brincando na areia.

Elas trabalhavam muito, construindo um castelo de areia com torres, passarelas e passagens internas.

Quando estavam quase acabando veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo a um monte de areia e espuma.

Achei que, depois de tanto esforço e cuidado, as crianças cairiam no choro, mas tive uma surpresa: em vez de chorar, correram pela praia, fugindo da água, rindo, de mãos dadas e começaram a construir outro castelo.

Compreendi que havia aprendido uma grande lição: gastamos muito tempo da nossa vida construindo alguma coisa e, mais cedo ou mais tarde, uma onda poderá vir e destruir tudo o que levamos tanto tempo para construir.

Mas quando isso acontecer (e aqui eu digo, se isso acontecer), somente aquele que tem as mãos de alguém para segurar, será capaz de sorrir!!!

Só o que permanece é a amizade, o amor e o carinho!

O resto é feito de areia!

Desconheço o autor.

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domingo, 28 de agosto de 2011

Calças molhadas



 
Venha comigo a uma sala de aula do terceiro ano. Há um menino de nove anos sentado à sua carteira e, de repente, há uma poça entre seus pés, e a parte dianteira de suas calças está molhada.

Pensa que seu coração vai parar porque não pode imaginar como isso aconteceu. Nunca havia acontecido antes, e sabe que quando os meninos descobrirem nunca o deixarão em paz. Quando as meninas descobrirem nunca mais falarão com ele enquanto viver.

O menino acredita que seu coração vai parar, abaixa a cabeça e reza esta oração: “Querido Deus, isto é uma emergência! Eu necessito de ajuda agora! Mais cinco minutos e serei um menino morto”.

Levanta os olhos de sua oração e vê a professora chegando com um olhar que diz que foi descoberto.

Enquanto a professora está andando até ele, uma colega chamada Susie está carregando um aquário cheio de água. Susie tropeça na  frente da professora e despeja inexplicavelmente a água no colo do menino.

O menino finge estar irritado, mas ao mesmo tempo interiormente diz “Obrigado, Senhor! Obrigado, Senhor!”

De repente, em vez de ser objeto de ridículo, o menino é objeto de  compaixão. A professora desce apressadamente com ele e dá-lhe shorts de ginástica para vestir enquanto suas calças secam. Todas as outras crianças estão sobre suas mãos e joelhos limpando ao redor de sua carteira. A compaixão é maravilhosa.

Mas, como tudo na vida, o ridículo que deveria ter sido dele foi transferido à outra pessoa – Susie. Ela tenta ajudar, mas dizem-lhe para sair. “Você já fez demais, sua  grosseira!”

Finalmente, no fim do dia, enquanto estão esperando o ônibus, o menino caminha até Susie e lhe sussurra, “você fez aquilo de propósito, não foi?”  

E Susie lhe sussurra, “eu também molhei minha calça uma vez”.

Que possamos sempre ver as oportunidades que estão em torno de nós para fazermos o bem.

Desconheço autoria.

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sábado, 27 de agosto de 2011

Salvo pela gentileza


 
Conta-se a história de um empregado em um frigorífico da Noruega que certo dia, ao término do trabalho, foi inspecionar a câmara frigorífica.
 
Inexplicavelmente, a porta se fechou e ele ficou preso dentro da câmara. Bateu na porta com força, gritou por socorro, mas ninguém o ouviu, pois todos já haviam saído para suas casas e era impossível que alguém pudesse escutá-lo.

Já estava preso há quase cinco horas, debilitado com a temperatura insuportável, quando de repente a porta se abriu e o vigia entrou na câmara, resgatando-o com vida.

Depois de salvar a vida do homem, perguntaram ao vigia:
 
- Porque foi abrir a porta da câmara se isto não fazia parte da sua rotina de trabalho?

Ele explicou:

- Trabalho nesta empresa há 35 anos, centenas de empregados entram e saem aqui todos os dias e ele é o único que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair. Hoje pela manhã disse “bom dia” quando chegou; entretanto, não se despediu de mim na hora da saída.  Imaginei que poderia ter-lhe acontecido algo. Por isto o procurei e o encontrei.
 
Pergunte-se: será que você seria salvo?

Desconheço autoria.

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Renovar é preciso!

 
O Universo é puro movimento e está em constante renovação. Na natureza tudo se renova a cada instante.

Esta é a lei!

O princípio da renovação obedece a lei natural da vida. Estamos todos e tudo em constante movimento e mudança, apesar de existir entre os seres humanos ainda pessoas que são resistentes à mudanças e que se colocam contra as leis da natureza e escolhem permanecerem na estagnação.

A vida é uma via de acesso para o crescimento e evolução das espécies, em especial ao reino humano. O Universo sempre dispõe de meios que promovem e nos auxiliam no processo de crescimento e evolução.

Situações surgem a todos os instantes provendo oportunidades a todos. Precisamos tomar decisões e ter coragem de ir à luta e parar de esperar a felicidade sem esforços.

Não exigirmos das outras pessoas aquilo que muitas vezes não fazemos. Precisamos deixar de lado as críticas, investir sério no nosso trabalho em prol do nosso crescimento e realização para podermos ser felizes e também proporcionarmos felicidade ao mundo, não esquecendo que todas as oportunidades nos são dadas pelo Universo.

Vamos agradecer pela vida e tudo que temos na vida. Tudo mesmo! Até mesmo as dificuldades e adversidades que se apresentam, mas que nada mais são do que as grandes oportunidades de testarmos o quanto somos capazes.

Ninguém pode avançar em direção ao novo se permanece obstruído, contaminado pelo velho e sem se dar uma chance. Veja a mudança como um degrau a mais na escada que você sobe na vida.

O tempo não espera por ninguém!

Faça você mesmo o seu tempo, mude enquanto é tempo, pois se você não tomar a decisão, alguém a qualquer tempo, ou algum fato ou circunstância, poderão manobrar o seu processo e efetuar mudanças e transformações na sua vida.

A responsabilidade perante a vida é individual e intransferível. Você pode e é capaz! Teste-se! Tenha coragem! Escreva você mesmo no livro da sua vida, faça dela uma obra de arte.

Ame sempre sem recompensa! Procure despertar em ideais elevados. Respeite a tudo e a todos, independente do que pensam e do que fazem. Pois não nos cabe julgar ninguém, e cada um responderá por sua própria vida diante da Lei da Vida.

Ajude a quem precisa e tenha sempre uma palavra de ânimo e coragem para seu semelhante. Plante árvores, flores, cuide da natureza, dos animais, dos rios, enfim, respeite o planeta em que vive e que tão generosamente lhe oferece tudo o que você precisa.

Não se esqueça você também pode ser um vencedor!!!

Desconheço a autoria.

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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O gênio da lâmpada




Havia uma mulher corcunda, de mal com o mundo, que vivia magoada com seu terrível calombo nas costas.

A mulher andava curvada, rastreando os cantos com seus olhos tristes, mal humorada, até que um dia encontrou um objeto mágico onde, há séculos, vivia um gênio que se materializou na sua frente, oferecendo-lhe quatro pedidos em troca de sua libertação.

A mulher fez o primeiro pedido:

- "Eu queria ter uma casa mais bonita do que a chata da Dona Maria, aquela mulher fofoqueira..."

Zás!!! Apareceu-lhe uma casa maravilhosa!

Veio o segundo pedido:

- "Eu queria ter um carro muito mais bonito, possante e moderno do que o infeliz do Seu Zé".

Zás!!!! Surgiu em sua frente um carro sensacional!

Aí veio o terceiro pedido:

- "Eu queria ter mais jóias do que a Dona Joana, aquela intragável".

Zás!!! Apareceram-lhe jóias maravilhosas!

Foi a vez do quarto e último pedido:

- "Agora, gênio, eu quero que você realize meu último pedido. Quero que suma aquilo que tráz as amarguras da minha vida, meu desgosto, meu maior defeito...

E Zás!!!!

Sumiu-lhe a língua!

Desconheço o autor.

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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Como fazer durar um amor


Mãe e filha caminhavam pela praia. Num certo ponto, a menina perguntou:

- “Como se faz para manter um amor?”

A mãe olhou para a filha e respondeu:

- “Pega num pouco de areia e fecha a mão com força ...”

A menina assim fez e reparou que, quanto mais forte apertava a areia com a mão, mais rápido a areia escapava...

- “Mamãe! Mas assim a areia cai!!!”

- “Eu sei! Agora abre completamente a mão…”

A menina assim fez, mas veio um vento forte e levou consigo a areia que restava na sua mão.

- “Assim também não consigo mantê-la na minha mão!”

A mãe, sempre a sorrir, disse-lhe:

- “Agora pega outra vez um pouco de areia e mantenha-na na mão semi-aberta como se fosse uma colher ... bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para lhe dar liberdade”

A menina experimentou fazer como a mãe havia indicado e viu que a areia não escapava de sua mão e estava protegida do vento.

- “É assim que se faz durar um amor!”

Desconheço a autoria.
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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Penso em Deus



Pensar é como um jogo, a Clarice disse uma vez. Mas apesar da emoção, eu penso o tempo todo. “Todo mundo pensa o tempo todo”, você pode dizer. Mas eu digo que penso além do pensamento comum que a gente não consegue evitar.

Eu reflito profundo, eu brinco com o que me vem na cabeça, eu às vezes quero escrever sobre o que penso porque o pensamento parece grande demais pra caber apenas aqui em mim; quer expandir-se até atingir o pensar de outro. E mesmo que pensar seja um ato primariamente solitário, sempre pode-se pensar junto. Faz bem. Cresce e expande e vira aprendizado.

Eu às vezes penso em Deus. Em algo que é maior do que tudo, inclusive maior do que meus próprios pensamentos. E penso que algo tão grande nunca vai ser capaz de se moldar a filosofias, teorias e pensamentos que, no fundo, são tão pequenos.

E nessas horas percebo que se não deixar que me venha também o sentir, toda essa reflexão costumaz não vale de nada mesmo. Porque o único lugar onde o pensamento de um deus é capaz de caber é o coração das pessoas.

Lorena Uceli.

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Tempo


Dizem que a  vida é curta, mas não é verdade. A vida é longa para quem consegue viver  pequenas felicidades. E essa tal felicidade anda por aí, disfarçada, como  uma criança traquina, brincando de esconde-esconde.

Infelizmente, às vezes, não  percebemos isso e passamos nossa existência colecionando e dando muito valor aos nãos: a viagem que não fizemos, o presente que não demos, o beijo que não roubamos, a festa à qual não fomos, o amor que não vivemos, o perfume que não sentimos, o abraço que não demos, o “eu te amo” que não falamos…

A vida é mais emocionante quando se é  ator e não espectador, quando se é piloto e não passageiro, pássaro e não paisagem, cavaleiro e não montaria. E como ela é feita de instantes, não pode e nem deve ser medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos.

Esta  mensagem é um tributo ao tempo. Tanto aquele tempo que você soube aproveitar no passado, quanto aquele tempo que você não vai desperdiçar no futuro.

Porque a vida é agora…

Desconheço o autor.

 
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domingo, 21 de agosto de 2011

A arte de amar


Ninguém sabe explicar, não tem uma regra a ser seguida.

Algumas pessoas amam o que não podem ter, outras amam somente quando passam a ter.

Uns amam o que inventam, outros inventam algo para amar.

Algumas ainda dizem "eu te amo", sem nenhuma verdade no olhar.

Outras não falam por falta de coragem ou apenas não podem levar adiante um amor não permitido.

Já que o amor é tão puro, por que existem amores proibidos?

Quem ordenou que o coração tem que pertencer a uma só pessoa?

Não sei a resposta para tantas questões amorosas. Mas sei do meu amor e amores.

Estes tenho certeza que sempre foram os mais verdadeiros sentimentos.

Por isso não quero durante minha vida toda procurar por respostas. Só quero mesmo
continuar sentindo e vivendo cada um dos meus amores intensamente, sem controle e sem limites.

Desconheço autoria.

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O caminho



 
A atitude de aprender sempre é uma das maiores virtudes, pois nada ocorre por acaso. Tudo ocorre por uma razão e um fim, e isso nos é precioso.

Não há fracasso. Há somente resultados, que podem ser positivos ou negativos, afinal, a semeadura é livre e a colheita é obrigatória. O que a maioria chama de acaso, sorte ou azar é consequência do exercício de seu livre arbítrio.

Tudo começa no pensamento. Não se veste uma roupa sem antes esta ter sido pensada. Não se tem sucesso antes de ser sonhado, planejado, desejado, como o ar que se respira e colocado em prática através de atitudes condizentes com o resultado almejado.

O maior recurso de qualquer pessoa é ele próprio. Tudo está em você, começa em você ou por você, e se realiza pela sua perseverança. Até Jesus, ao curar os leprosos, disse: “A TUA fé te curou!”

A plena consciência de que todos podem brilhar está em lembrar que o sol brilha resplandecente, mas em sua ausência é a lâmpada que ilumina. Há momentos em que somos sol, em outros, lâmpada, ou seja, há momentos na vida que sobrepujamos nossa própria existência. Há outros em que, embora não tão fortes como a luz do sol, também somos relevantes como a fraca luz da lâmpada. O importante não é a intensidade da luz, mas a proposta de realizar sempre.

Para saber se estamos no caminho certo, basta uma pergunta:

- Para onde queremos ir?

Para quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve.

Flávio Souza.

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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Não se envenene


Se alguém colocasse veneno na sua água e você descobrisse isso, você a beberia mesmo assim? Certamente que não!

Certos elementos químicos que você consegue ver, provar, tocar e sentir o odor podem ser fatais. Felizmente somos dotados de instintos de autopreservação que nos proíbem de ingerir, ingênua e deliberadamente, tais substâncias.

Mas o que dizer da sua mente? Repetidamente as pessoas estão envenenando seus pensamentos com o negativismo. E ainda que não possam vê-lo, prová-lo ou tocá-lo, ele pode ser igualmente fatal.

Mas o que é esse veneno? Negativismo é o veneno que mata os mais preciosos sonhos de uma pessoa. Ele começa com pensamentos negativos, que devem ser contidos a todo custo, posto que contaminam e se alastram.

Para fazer frente a isso é necessário que você monitore os pensamentos que permitem a entrada desse veneno em sua mente. Cada um de seus pensamentos! Se você se descobre pensando negativamente, repense.

Parte do processo de mudar seu pensamento do negativo para o positivo consiste em ser grato pelas preciosas dádivas que a vida pode nos oferecer. A simples gratidão pela vida que nos foi dada atrai algumas das melhores coisas com as quais sonhamos nesse mundo.

Ivonete Schmitz.

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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Se eu pudesse...



Se eu pudesse, eu diria aos pais que filhos aprendem muito mais com os nossos exemplos do que com as nossas palavras.

Que, quando adultos, eles repetirão em suas vidas os padrões familiares que receberam no âmbito do próprio lar.

Que filhos precisam conhecer limites; que muitas vezes é preciso dizer "não" em casa, para que não se tornem revoltados quando o mundo lá fora se mostrar hostil e contrário aos seus interesses.

Que uma grosseria e um desrespeito aos pais merecem, sim, uma boa chinelada. Que começar a trabalhar cedo não é violação dos direitos da criança e do adolescente, muito pelo contrário, é uma forma de deixá-los seguros, responsáveis e preparados para a vida.

Que monitorem os filmes e os programas que eles assistem ou sites que visitam na Internet. Que estejam atentos às amizades que eles fazem e lugares que frequentam.
Que jamais os deixem assistir a filmes de terror ou de extrema violência, engendrados por mentes doentias, que só servirão para incutir-lhes medos descabidos e encher seus "porões" de fantasmas perniciosos.

Que lhes ensinem sobre Deus, conforme a compreensão de cada um; que lhes ensinem a orar desde a mais tenra idade, pois está comprovado que as pessoas que têm fé, suportam melhor os revezes da vida.

Que sexo é uma benção da vida, mas não deve ser praticado com leviandade. Nem mesmo os animais fazem isto. Relações sexuais sadias são louvores, e nosso corpo é o templo do Espírito.

Que lhes incutam desde cedo o hábito da  leitura, o gosto pela arte, o respeito pela natureza.

Que lhes digam que eles podem, sim, ser vencedores, mas que para isto não precisam esmagar ninguém. Que honestidade e retidão não são virtudes ou algo de que devam se orgulhar por tê-las, mas apenas e tão somente obrigação de todos nós.

Que jamais invejem os dons alheios, mas mirem os olhos para os próprios dons e talentos naturais e os desenvolvam. Que toda e qualquer pessoa tem áreas onde são especiais e podem se destacar, assim como tem áreas onde são limitadas e que isto faz parte da vida.

Sim, eu diria. Mas não seria utopia?

Há muitas décadas que as crianças são criadas por babás ou empregadas despreparadas. Quando não, ficam nas creches. Condição de sobrevivência do mundo atual...

Quando chegam em casa (raras exceções) encontram pais estressados, sem tempo ou disposição para dar-lhes nada, muito menos carinho e educação. Então dão-lhes "coisas" para compensar a ausência e aplacar a consciência.

Sobre os resultados, não preciso dizer. Eles estão aí para quem quiser ver.

(Dedicado a uma professora amiga que está afastada do magistério, após ter apanhado de um aluno em sala de aula).

Desconheço autoria.

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terça-feira, 16 de agosto de 2011

A pipa e a flor



Fiquei triste vendo aquela pipa enroscada no galho da árvore. Rasgada, ela girava e girava, ao vento, como se quisesse escapulir. Mas não adiantava. Você já viu aqueles bichinhos de asas, quando eles caem em teias de aranha? Era daquele jeito.

Tive dó. Pipa não foi feita para acabar assim. Pipa foi feita para voar. E é tão bonito quando a gente as vê, lá no alto.

Eu sempre quis ser uma pipa. Bem leve, sem levar nas costas nada que pese (o que é pesado puxa a gente para baixo...), papel de seda, taquara fina que enverga, mas não quebra, linha forte, um pouquinho de cola e, pronto ! Lá está a pipa, pronta pra voar.

As cores e as formas (que são tantas!) a gente escolhe aquelas que o coração está pedindo. Pipa, pra ser boa, tem que se parecer com os nossos desejos (e eu penso que as pessoas também, para serem boas, têm de ter uma pipa solta dentro delas).

Não é preciso vento forte. Uma brisa mansinha deve levá-la até lá em cima, perto das nuvens. É por isso que elas têm de ser bem leves. O vento chega, as folhas das árvores tremem, e lá vão elas subindo, pra dentro do vazio do céu.

Só que tem uma coisa gozada. Pipa, pra subir, tem de estar amarrada na ponta de uma linha. E a outra ponta é uma mão que segura. É assim que a pipa conversa, através da linha. A mão puxa a linha e sente a linha firme, puxando pra cima, querendo ir.

E a pipa dizendo: "Me deixa ir um pouco mais..."

Mas se a linha responde frouxa, é a pipa dizendo que está sem companheiro, o vento foi embora, e ela quer voltar pra casa.

Quando eu era menino, e me lembro, havia um homem.

Justo quando as pipas estavam lá em cima batizadas, carretilha sem mais linha para dar, ele vinha e comprava as pipas dos meninos. Pagava o preço justo. Só que o gosto dele era cortar a linha. Quem nunca brincou com elas vai pensar que, com a linha cortada, vão subir cada vez mais alto, nas costas do vento, sem nada que as segure.

Mas não é assim. Quando a linha arrebenta, começam a cair. E vão caindo sempre, cada vez mais longe, tristes, abanando as cabeças...

O menino que a fez estava alegre, e imaginou que a pipa também estivesse. Por isto fez nela uma cara risonha, colando tiras de papel de seda vermelho: dois olhos, um nariz, uma boca.

Ô, pipa boa: levinha, travessa, subia alto. Gostava de brincar com o perigo, vivia zombando dos fios e dos galhos das árvores.

"Vocês não me pegam, vocês não me pegam..."

E, enquanto ria, sacudia o rabo em desafio. Chegou até a rasgar o papel, num galho que foi mais rápido, mas o menino consertou, colando um remendo da mesma cor.

Amigos, tinha aos montões. E os seus olhos iam agradando à todos eles, sempre com aquela risada gostosa, contando casos.

Mas aconteceu um dia, ela estava começando a subir, correndo de um lado para o outro no vento, olhar para baixo e viu, lá num quintal, uma flor. Ela já havia visto muitas flores. Só que desta vez os seus olhos e os olhos da flor se encontraram, e ela sentiu uma coisa estranha. Não, não era a beleza da flor. Já vira outras, mais belas. Eram os olhos.

Quem não entende pensa que todos os olhos são parecidos, só diferentes na cor. Mas não é assim. Há olhos que agradam, acariciam a gente como se fossem mãos.

Outros dão medo, ameaçam, acusam, e quando a gente se percebe encarados por eles, dá um arrepio ruim por dentro. Tem também os olhos que colam, hipnotizam, enfeitiçam.

A pipa ficou enfeitiçada. Não mais queria ser pipa. Só queria uma coisa: fazer o que a florzinha quisesse. Ah! Ela era tão maravilhosa. Que felicidade se pudesse ficar de mãos dadas com ela, pelo resto dos seus dias.

E assim, resolveu mudar de dono. Aproveitando-se de um vento forte, deu um puxão, arrebentou a linha e foi cair devagarinho, ao lado da flor.

E deu a sua linha para ela segurar. Ela segurou forte.

Agora, sua linha nas mãos da flor, a pipa pensou que voar seria muito mais gostoso. Lá de cima ela conversaria com ela, e ao voltar lhe contaria estórias que ela pudesse dormir.

E ela pediu: "Florzinha, me solta..."

E a florzinha soltou.

A pipa subiu bem alto e seu coração bateu feliz. Quando se está lá no alto é bom saber que há alguém esperando, lá em baixo.

Mas a flor, aqui debaixo, percebeu que estava ficando triste. Não, não é que estivesse triste. Estava ficando com raiva. Que injustiça que a pipa pudesse voar tão alto e ela tivesse de ficar plantada no chão. E teve inveja da pipa.

Tinha raiva quando via as pipas lá em cima, tagarelando entre si. E ela, flor, sozinha deixada de fora.

"Se a pipa me amasse de verdade não poderia estar feliz lá em cima, longe de mim. Ficaria o tempo todo aqui comigo..."

E à inveja juntou-se o ciúme. Inveja é ficar infeliz vendo as coisas bonitas e boas que os outros têm e nós não. Ciúme é a dor que dá quando a gente imagina a felicidade do outro, sem que a gente esteja com ele.

E a flor começou  a ficar malvada.

Ficava emburrada quando a pipa chegava. Exigia explicações de tudo.

E a pipa começou a ficar com medo de ficar feliz, pois sabia que isto faria a flor sofrer.

E a flor foi, aos poucos, encurtando a linha. A pipa não mais podia voar. Via, ali de baixinho, de sobre o quintal (esta era toda a distância que a flor lhe permitia voar) as outras pipas lá em cima.

E sua boca foi ficando triste. E percebeu que já não gostava tanto da flor, como no início.

Esta estória não terminou. Está acontecendo agora, em algum lugar. E há 3 jeitos de escrever o seu fim. Você é que vai escolher.

1. A pipa ficou tão triste que resolveu nunca mais voar. "Não vou te incomodar com meus risos, flor, mas também não vou te dar a alegria de meu sorriso."

E assim ficou amarrada à flor, mas mais longe dela do que nunca, porque o seu coração estava em sonhos de vôos e nos risos de outros tempos.

2. A flor, na verdade, era uma borboleta que uma bruxa má havia enfeitiçado e condenado a ficar fincada no chão. O feitiço só se quebraria no dia em que ela fosse capaz de dizer não à sua inveja e ao seu ciúme e se sentisse feliz com a felicidade dos outros.

E, aconteceu que, um dia, vendo a pipa voar, ela se esqueceu de si mesma por um instante e ficou feliz ao ver a felicidade da pipa. Quando isto aconteceu, o feitiço se quebrou e ela voou, agora como borboleta, para o alto e os dois, pipa e borboleta puderam brincar juntos.

3.   A pipa percebeu que havia mais alegria na liberdade de antigamente que nos braços da flor. Porque aqueles eram braços que amarravam. E assim, num dia de grande ventania, e se valendo de uma distração da flor, arrebentou a linha e foi em busca de uma outra mão que ficasse feliz vendo-a voar nas alturas.

Rubem Alves.

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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Vida, doce vida


Um velho pedreiro, pronto para se aposentar, informou ao chefe seu desejo de passar mais tempo com a família.

O chefe ficou triste em ver um bom funcionário partindo, então, lhe pediu para trabalhar em mais um projeto, como um favor.

O pedreiro não gostou, mas concordou. Pouco entusiasmado, passou a fazer um trabalho de segunda qualidade, usando materiais inadequados.

 Quando o pedreiro terminou o serviço, o chefe fez a inspeção da casa construída e deu a chave para o funcionário: "Essa casa é sua. Ela é um presente meu para você."

O pedreiro ficou surpreso. Se ele soubesse que estava construindo a própria casa teria feito tudo diferente.

E o mesmo acontece conosco: construímos nossa própria vida e, muitas vezes, fazemos menos do que o melhor possível nessa atividade diária. Depois descobrimos que precisamos viver nessa casa que construímos.

A vida é um projeto que a gente mesmo constrói. Todo dia martelamos pregos, ajustamos tábuas e levantamos paredes. Nossas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a casa que vamos morar amanhã.

Desconheço autoria

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Mulheres e maçãs

 
 
Mulheres são como maçãs em árvores.

As melhores estão no topo.

Os homens não querem alcançar essas boas porque eles têm medo de cair e se machucar.

Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de se conseguir.

Assim, as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade eles estão errados.

Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar, aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore.

Machado de Assis.

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sábado, 13 de agosto de 2011

Oração pelos pais



Senhor, neste dia em que se comemora o Dia dos Pais, recorro a ti mais uma vez e de uma maneira muito especial para interceder por todos os pais existentes.

Aos pais que estão felizes conservai neles a alegria e a certeza da realização.

Aos pais que se sentem inseguros na forma de melhor educar seus filhos, ilumina suas mentes, mostra o caminho, conduzi-os.

Aos pais que choram por ter perdido um filho, consolai-os na grandeza do teu amor, fazendo despertar em seus corações o desejo de se tornarem pais espirituais de tantos órfãos desprotegidos, sem casa, sem amor, sem oração.

Aos pais cujos filhos estão envolvidos com qualquer tipo de delinquência, permita-lhes, Senhor, substituirem o sentimento de humilhação, vergonha e dor pelo desejo supremo de lutarem pela justiça, tornai-os homens fortes, destemidos, testemunhas da fé em ti, Deus todo poderoso, que nesse mundo tudo pode.

Abençoa, Senhor, a cada um dos pais existentes neste mundo, mantendo-os sob vossa divina proteção, esteja ele perto ou longe de seus filhos.

Que não esperem apenas pela festa de comemoração e pelos presentes, mas que reconheça seu papel diante da família e da sociedade, sendo exemplo de amor, comprometimento, honestidade e dedicação à sua família. Sendo assim, que cada um à sua maneira consiga formar e educar uma grande e rica descendência para ti, Senhor.

Amém.

Desconheço autoria.

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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Saudades



A distância pode causar saudades, mas nunca o esquecimento...
                            
De uma forma positiva, aprendi que não importa o que aconteça, ou quão ruim pareça o dia de hoje: a vida continua e amanhã será melhor.
                            
Aprendi que se pode conhecer bem uma pessoa pela forma como ela lida com três coisas: um dia chuvoso, uma bagagem perdida e os fios das luzes de uma árvore de natal que se embaraçaram!
                            
Aprendi que não importa o tipo de relacionamento que tenha com seus pais: você sentirá falta deles quando partirem!
                            
Aprendi que "saber ganhar" a vida não é a mesma coisa que "saber viver"!
                            
Aprendi que a vida às vezes nos dá uma segunda chance!
                            
Aprendi que viver não é só receber: é também dar!
                            
Aprendi que se você procurar a felicidade vai se iludir! Mas, se focalizar a atenção na família, nos amigos, nas necessidades dos outros, no trabalho e procurar fazer o melhor, a felicidade vai encontrá-lo!
                            
Aprendi que sempre que decido algo com o coração aberto, geralmente acerto!
                            
Aprendi que quando sinto dores, não preciso ser uma dor para outros!
                            
Aprendi que diariamente preciso alcançar e tocar alguém! As pessoas gostam de um toque humano, segurar na mão, receber um abraço afetuoso; ou simplesmente um tapinha amigável nas costas!
                            
Aprendi que ainda tenho muito que aprender...
                            
As pessoas se esquecerão do que você disse...
                            
Esquecerão o que você fez....
                            
Mas jamais esquecerão como você as tratou...

E sentirão .... saudades!!!!

Desconheço autoria.

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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Tempo é ternura


Viver tem sido adiantar o serviço do dia seguinte. No domingo já estamos na segunda, na terça já estamos na quarta e sempre um dia a mais do dia que deveríamos viver. Pelo excesso de antecedência vamos morrer um mês antes.

Está na hora de encarar a folha branca da agenda e não escrever. O costume é marcar o compromisso e depois adiar, que não deixa de ser uma maneira de ainda cumpri-lo.

Tempo é ternura.

Perder tempo é a maior demonstração de afeto. A maior gentileza. Sair daquele aproveitamento máximo de tarefas. Ler um livro para o filho pequeno dormir. Arrumar as gavetas da escrivaninha de sua mulher quando poderia estar fazendo suas coisas. Consertar os aparelhos da cozinha, trocar as pilhas do controle remoto. Preparar um assado de 40 minutos. Usar pratos desnecessários, não economizar esforço, não simplificar, não poupar trabalho, desperdiçar simpatia.

Levar uma manhã para alinhar os quadros, uma tarde para passar um paninho nas capas dos livros e lembrar as obras que você ainda não leu. Experimentar roupas antigas e não colocar nenhuma fora. Produzir sentido da absoluta falta de lógica.

Tempo é ternura.

O tempo sempre foi algoz dos relacionamentos. Convencionou-se explicar que a paixão é biológica, dura apenas dois anos e o resto da convivência é comodismo.

Não é verdade, amor não é intensidade que se extravia na duração.

Somente descobriremos a intensidade se permitirmos durar. Se existe disponibilidade para errar e repetir. Quem repete o erro logo se apaixonará pelo defeito mais do que pelo acerto e buscará acertar o erro mais do que confirmar o acerto. Pois errar duas vezes é talento, acertar uma vez é sorte.

Acima da obsessão de controlar a rotina e os próximos passos, improvisar para permanecer ao lado da esposa. Interromper o que precisamos para despertar novas necessidades.

Intensidade é paciência, é capricho, é não abandonar algo porque não funcionou. É começar a cuidar justamente porque não funcionou.

Casais há mais de três décadas juntos perderam tempo. Criaram mais chances do que os demais. Superaram preconceitos. Perdoaram medos. Dobraram o orgulho ao longo das brigas. Dormiram antes de tomar uma decisão.

Cederam o que tinham de mais precioso: a chance de outras vidas. Dar uma vida a alguém será sempre maior do que qualquer vida imaginada.

Fabrício Carpinejar.

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Lâmpadas e inteligências


 
As lâmpadas servem para iluminar. Para isso são dotadas de potências de iluminação diferentes. Há lâmpadas de 60 watts, de 100 watts, de 150 watts. Esse número em watts diz o poder de iluminação da lâmpada. Também as inteligências servem para iluminar.

Nos gibis, o desenhista, para dizer que um personagem teve uma boa ideia, desenha uma lâmpada acesa sobre a sua cabeça. As inteligências, à semelhança das lâmpadas, também têm potências de iluminação diferentes. Os homens inventaram testes para medir a "wattagem" das inteligências. Ao poder de iluminação das inteligências deram o nome de "QI", coeficiente de inteligência.

As inteligências não são iguais. Pessoas a quem os testes inventados pelos homens atribuíram um QI 200, têm um poder muito grande para iluminar. Alguns, para se gabar, chegam a mostrar sua carteirinha, dizendo que sua inteligência tem uma "wattagem" alta. Mas nós não olhamos para as lâmpadas. As lâmpadas não são para serem vistas. As lâmpadas valem pelas cenas que iluminam e não pelo brilho.

Olhar diretamente para a lâmpada ofusca a visão!

Há inteligências de "wattagem" 200 que só iluminam esgotos e cemitérios. E há inteligências modestas, como se fossem nada mais do que a chama de uma vela, que iluminam sorrisos. Uma lâmpada não tem vontade própria. Ela ilumina o objeto que o seu dono escolhe para ser iluminado.

A inteligência, como as lâmpadas, não tem vontade própria. Ela ilumina os objetos que o coração do seu dono determina que sejam iluminados. A inteligência de quem ama dinheiro ilumina dinheiro, a inteligência dos criminosos ilumina o crime, a inteligência dos artistas ilumina a beleza.

A inteligência é mandada. Só lhe compete obedecer!

Rubem Alves.

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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Com o coração aberto


Às vezes, na estranha tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães. Apagamos as luzes. Fechamos as cortinas. Trancamos as portas com chaves, cadeados e medos.

Ficamos quietinhos, poucos movimentos, nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa.

A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas alegrias.


Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta. Não há como adivinhar e, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos dá esperança.

É maravilhoso quando conseguimos soltar um pouco o nosso medo e passamos a desfrutar a preciosa oportunidade de viver com o coração aberto, capaz de sentir a textura de cada experiência, no tempo de cada uma.

Sem estarmos enclausurados em nós mesmos, é certo que aumentamos as chances de sentir um monte de coisas, agradáveis ou não, mas o melhor de tudo é que aumentamos as chances de sentir que estamos vivos.

Podemos demorar bastante para perceber o óbvio: coração fechado já é dor, por natureza, e não garante nada, além de aperto e emoções mofadas.

Como bem disse Virginia Woolf, “não se pode ter paz evitando a vida.”

Ana Jácomo.

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domingo, 7 de agosto de 2011

A águia que quase virou galinha


Era uma vez uma águia que foi criada no galinheiro, e foi aprendendo sobre o jeito galináceo de ser, de pensar, de ciscar a terra, de comer milho, de dormir em poleiros.

E na medida em que aprendia, ia esquecendo as poucas lembranças que lhe restavam do passado. É sempre assim: todo aprendizado exige um esquecimento. E ela desaprendeu o cume das montanhas, os vôos das nuvens, o frio das alturas, a vista se perdendo no horizonte, o delicioso sentimento de dignidade e liberdade.

Como não havia ninguém que lhe falasse dessas coisas, e todas as galinhas cacarejassem os mesmos catecismos, ela acabou por acreditar que ela não passava de uma galinha com perturbação hormonal.

Tudo grande demais, aquele bico curvo, sinal certo de acromegalia, e desejava muito que o seu cocô tivesse o mesmo cheiro certo do cocô de galinhas.


Um dia apareceu por lá um homem que viveu nas montanhas e que vira o vôo orgulhoso das águias:

- Que é que você faz aqui?, ele perguntou.

- Este é o meu lugar, respondeu ela. Todo mundo sabe que galinhas vivem em galinheiros, comem milho, ciscam o chão, botam ovos e finalmente viram canja: nada se perde, utilidade total.

- Mas você não é uma galinha, disse ele. É uma águia!

- De jeito nenhum! A águia voa alto. Eu nem sequer voar sei! Pra dizer a verdade, nem quero. A altura me dá vertigens. É mais seguro ir andando, passo a passo.

E não houve argumento que mudasse a cabeça da águia esquecida. Até que o homem, não aguentando mais ver aquela coisa triste, uma águia transformada em galinha, agarrou a águia à força e a levou até o alto de uma montanha.

A pobre águia começou a cacarejar de terror, mas o homem não teve compaixão, jogou-a no vazio do abismo.

Foi então que o pavor, misturado à memórias que ainda moravam em seu corpo, fez as asas baterem, a princípio em pânico, mas pouco a pouco com tranquila dignidade, até se abrirem confiantes, reconhecendo aquele espaço imenso que lhe fora roubado.

E ela finalmente compreendeu que seu nome não era galinha, mas águia.

Baseado no texto "A águia e a galinha" de Leonardo Boff.

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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Amor e luz


Radical assim, sim. Você gosta do que você é. Você admira quem tem as qualidades que você também acha que tem ou gostaria de ter.

Você gosta do que lhe diz respeito, gosta das pessoas que têm seu sangue, das que você elege, das que não ameaçam você.

Você e o mundo são assim. Todos os seres humanos são assim, racionalmente. 


Na tv concordamos com quem diz o que nós pensamos. No jornal damos crédito a quem escreve o que nos representa. No fundo nós só gostamos de nós mesmos.

Leio uma crítica do Ricardo Feltrin e adoro-a. Claro, ela reflete o que eu também penso, tenho que gostar. Dela, a crítica, dele, o crítico.

Cada ser humano se sente o centro do mundo, vê tudo sob sua ótica e só ama a si mesmo. Até sua falta de auto-estima prova que seu interesse é só um, ele próprio. Egoístas. Todos somos.

E aí vem o amor e dá uma rasteira no nosso ego imbecil.

O amor. Que subitamente faz com que a gente ame alguma coisa, alguém, que é um não-eu. Não é a mamãe, nem o papai, vovó, titio, filhinho. É outra pessoa. De outra família, outro lugar, que tem outra história. Muitas vezes, é até de outro sexo.

E  amamos esta pessoa sem saber como ou por quê.

Porque o amor não é verbo que a gente conjuga na primeira pessoa de forma racional, amor é verbo que faz da gente objeto.

O amor acontece. E só quem aprende, entende, exercita o amor sabe de sua potência, sua imensidão.

Quem nunca amou pode achar que sabe, mas não sabe.

Amor é único, não parece com nada.

O que mais se parece com amor deve ser chocolate. Ou queijo. Quando a gente tem vontade de comer chocolate não serve mais nada. Só chocolate mesmo. Queijo é assim também. É uma coisa em si.

No fundo, todo mundo que vive em desamor, de forma pontual ou em longas doses ao longo dos anos, vai ficando amargo. Depois, azedo. Depois, podre.

As pessoas ruins, ácidas, infelizes, que não sentem prazer, vivem anestesiadas. São sempre as mais ranzinzas, as mais chatas, as que alfinetam, as que ferroam sem parar.

Não são rompantes normais da ira, é um azedume que contamina tudo, uma umidade triste de quem vive sem luz, onde o bolor diário da inveja cresce.

É triste, isto. Gente que vive embolorada por dentro, por falta de amor e sol. Lamento por todas elas.

Porque se elas se lançassem ao amor mudariam num instante.

Rosana Hermann

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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

As quatro ignorâncias de um amante

 
Uma das maiores figuras das letras luso-brasileiras, o Padre Antonio Vieira redigiu este texto por volta de 1630, que se traduz numa verdadeira aula sobre o Amor.

A primeira ignorância de um amante:

Não conhecer a si mesmo.

Quando não conhecemos a nós mesmos entramos no estado de identificação e projeção com a outra pessoa. Projetamos no outro aspectos nossos. Não sabemos olhar para dentro e reconhecer os próprios erros, as próprias dificuldades então dizemos que o outro é terrível. Criamos uma lista de culpados pela nossa própria insatisfação.

Conhecer a si mesmo também é estar em contato com nosso Eu Superior, a parte Divina em nós, que sabe dar limites, que sabe perdoar, que não aceita o que é inaceitável. E que ama profundamente, a si mesmo e ao outro.

A segunda ignorância de um amante:

Não conhecer a quem se ama.

Quando não conhecemos a essência da outra pessoa criamos expectativas, destruímos a comunicação saudável, acusamos erroneamente o outro, enfim criamos confusão, ilusão e mal entendidos. Queremos que ela nos dê o que ela não pode nos dar, queremos que ela seja perfeita, imaculada, iluminada.

Mas todos temos lados positivos e negativos, não?

A terceira ignorância de um amante:

Não conhecer o amor.

O Amor é um sentimento que une, que engloba, que junta. E ele começa trazendo as nossas partes obscuras à consciência. Integrar nossa sombra e transformá-la em Luz é uma obra do Amor. Somente este sentimento tem a capacidade de fazer isto. O Amor coloca a mão na lama porque sabe que quando erguemos as mãos para o céu a lama é transmutada. Sendo assim é possível curar feridas, amenizar o casaço existencial, suavizar emoções pesadas.

Estar em estado de amor significa também aceitar e curar nossos lados sombrios e os lados sombrios da outra pessoa. Porque todos temos um inconsciente repleto de medos, de traumas…. E o Amor sabe disso.

Quando duas pessoas inteiras estão harmonizadas, no caminho, se trabalhando e essas pessoas se relacionam, se amam, com certeza elas estarão gerando muita Luz para o mundo.

A quarta ignorância de um amante:

Não saber a hora de parar, mesmo amando.

Quem ama sabe que as coisas mudam, e que há momentos em que é melhor jogar tudo para o vento. O desapego é necessário. Afinal o que realmente levamos conosco quando morremos? O Amor.

O desapego é uma grande lição. Ele nos mostra o caminho da aceitação do que É. Ele diminui a nossa necessidade de estarmos sempre certos. Ele nos mostra que a vida nem sempre é do jeito que a gente gostaria que ela fosse e ao aceitar este fato crescemos espiritualmente.

 Padre Antônio Vieira.

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Força e coragem


É preciso ter força para ser firme,  mas é preciso coragem para ser gentil.

É preciso ter força para se defender, mas é preciso coragem para baixar a guarda.

É preciso ter força para ganhar uma guerra, mas é preciso coragem para se render.

É preciso ter força para estar certo, mas é preciso coragem para ter dúvida.

É preciso ter força para manter-se em forma, mas é preciso coragem para ficar em pé.

É preciso ter força para sentir a dor de um amigo, mas é preciso coragem para sentir as próprias dores.

É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá-los.

É preciso ter força para suportar o abuso, mas é preciso coragem para faze-lo parar.

É preciso ter força para ficar sozinho, mas é preciso coragem para pedir apoio.

É preciso ter força para amar, mas é preciso coragem para ser amado.

É preciso ter força para sobreviver, mas é preciso coragem para viver.

Se você sente que lhe faltam a força e a coragem, queira Deus que o mundo possa abraçá-lo hoje com seu calor e amor !

E que o vento possa levar-lhe uma voz que lhe diz que há um amigo, em algum lugar  do mundo, desejando que você esteja bem e que, acima de tudo, seja muito feliz!!!

Silvia Schmidt.

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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Fazer amor é...



Quando vêm juntos o pôr do sol, e com cada amanhecer sentem renovado esse amor que nasceu com um "eu te amo".

Quando têm problemas econômicos, os enfrentam juntos e, mesmo na adversidade, dizem “Não se preocupe, estou aqui ao seu lado, eu te amo”.

Quando o mundo parece fechar-se a seus pés e, com um sorriso, você vê alguém à sua frente dizendo: “não se preocupe, estou aqui ao seu lado, eu te amo”.

Quando ao chegar do trabalho sente o abraço confortável e o doce beijo dessa pessoa que,com um "te amo" acelera seu pulso e o seu coração bate mais depressa.

Quando na madrugada você perde o sono, preocupado com os problemas do dia-a-dia e na cama ao seu lado ouve uma voz que diz “não se preocupe, estou aqui ao seu lado, eu te amo”.

Quando no momento em que sente dores, você ouve uma voz que lhe diz “não se preocupe, estou aqui ao seu lado, eu te amo”.
Fazer amor é caminhar juntos na vida, superando os obstáculos que a vida pode presentear, é crescer juntos espiritual e intelectualmente, evoluir unidos, fortalecer os laços em comum com esses pequenos detalhes que, algumas vezes, nos parecem bobos e insignificantes, mas que, todavia, são tão importantes para evitar a rotina que é a mais cruel inimiga do amor.

Quando se sente triste, quando se sente feliz, quando se sente deprimido, quando está doente, quando se sente saudável e sempre sente essa pessoa ao seu lado, dizendo "te amo" e respondendo-lhe “eu te amo mais"... nesses momentos você pode dizer “eu fiz amor".

Fazer amor é chegar ao final de sua vida ao lado dessa pessoa que durante anos lhe conquistou e que lhe fez sentir-se o ser mais feliz e querido sobre a terra.

Aproveite a vida fazendo muito amor! Viva com intensidade! Lute por seus ideais! Busque a felicidade!

E que você encontre ou tenha sempre alguém que te diga:

“Eu te amo! Te amo além da vida, pois, te amo além do amor!"

Fazer amor é muito mais que a união de dois corpos!!!

Desconheço o autor.

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Aprenda a ser como o lápis



O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:
- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco, e por acaso, é uma história sobre mim?

A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:

- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.

O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.

- Mas ele é igual a todos os lápis que vi na minha vida!

- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz consigo mesmo.

1º Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma mão que guia os seus passos. Esta mão, chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção á sua vontade.

2º De vez enquando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, por que elas o farão ser uma pessoa melhor.

3º O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça
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4º O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas a grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.

5º Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo o que você fizer na vida, irá deixar traços; e procure ser consciente de cada ação.

A grandeza não consiste em receber honras, mas em merece-las.


Desconheço autoria.

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É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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