segunda-feira, 23 de abril de 2012

A verdadeira beleza


Uma próspera empresa de produtos de beleza pediu aos habitantes de uma cidade grande que enviassem fotografias, acompanhadas de uma breve carta explicativa, das mulheres mais belas que eles conheciam.

Em poucas semanas milhares de cartas foram enviadas à empresa. Uma carta, em particular, chamou a atenção dos funcionários e foi levada à mesa do presidente da empresa.

A carta foi escrita por um menino que, evidentemente, fora criado num lar com problemas, em algum bairro de extrema pobreza.

Este é um trecho da carta com as devidas correções de grafia:

"Na minha rua mora uma mulher bonita. Eu vou à casa dela todos os dias. Ela me faz sentir o menino mais importante do mundo. Jogamos dama juntos e ela ouve os meus problemas. Ela me entende, e quando vou embora sempre diz bem alto, na porta, que sente orgulho de mim."

O menino terminava a carta dizendo:

"Esta fotografia mostra que ela é a mulher mais bonita do mundo. Espero ter uma esposa tão bonita quanto ela".

Intrigado com a carta, o presidente pediu para ver a fotografia da mulher. Sua secretária entregou-lhe a foto de uma mulher sorridente, sem nenhum dente na boca, de idade avançada, sentada em uma cadeira de rodas.

O ralo cabelo grisalho estava preso em formato de birote, e as rugas que marcavam seu rosto eram suavizadas pelo briho que vinha dos seus olhos.

- "Não podemos usar a fotografia dessa mulher" - explicou o presidente, sorrindo. "Ela mostraria ao mundo que nossos produtos não são necessários para uma mulher ser bela".


Desconheço a autoria.

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Claudia Mei
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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