quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
O frio que vem de dentro
Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve e teriam que esperar até o amanhecer para receberem socorro.
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual se aqueciam. Se o fogo apagasse todos morreriam de frio.
Chegou a hora de cada um colocar mais lenha na fogueira.
O primeiro homem, um racista, olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele negra. Então, raciocinou:
- "Aquele negro!! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro!!!". E guardou-as para protegê-las dos demais olhares.
O segundo homem era um avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor, em torno do fogo bruxuleante e viu um homem da montanha, que mostrava sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor de sua lenha enquanto, mentalmente, sonhava com o seu lucro. E pensou:
- "Eu, dar minha lenha para aquecer um preguiçoso?". E guardou bem guardada sua lenha.
O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão e seu pensamento era muito prático:
- "É bem provável que eu precise dessa lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou sua lenha com cuidado.
O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia, mais do que os outros, os caminhos, os perigos e os segredos da neve. E pensou:
- "Essa nevasca pode durar vários dias, vou guardar minha lenha". E assim fez...
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa, e nas palmas das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido:
- "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei à ninguém, nem mesmo o menor de meus gravetos."
Com esses pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.
Ao alvorecer, quando os homens do socorro chegaram na caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse:
- "O frio que os matou não foi o frio de fora, mas sim o frio de dentro!!"
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual se aqueciam. Se o fogo apagasse todos morreriam de frio.
Chegou a hora de cada um colocar mais lenha na fogueira.
O primeiro homem, um racista, olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele negra. Então, raciocinou:
- "Aquele negro!! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro!!!". E guardou-as para protegê-las dos demais olhares.
O segundo homem era um avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor, em torno do fogo bruxuleante e viu um homem da montanha, que mostrava sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor de sua lenha enquanto, mentalmente, sonhava com o seu lucro. E pensou:
- "Eu, dar minha lenha para aquecer um preguiçoso?". E guardou bem guardada sua lenha.
O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão e seu pensamento era muito prático:
- "É bem provável que eu precise dessa lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou sua lenha com cuidado.
O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia, mais do que os outros, os caminhos, os perigos e os segredos da neve. E pensou:
- "Essa nevasca pode durar vários dias, vou guardar minha lenha". E assim fez...
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa, e nas palmas das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido:
- "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei à ninguém, nem mesmo o menor de meus gravetos."
Com esses pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.
Ao alvorecer, quando os homens do socorro chegaram na caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse:
- "O frio que os matou não foi o frio de fora, mas sim o frio de dentro!!"
Desconheço a autoria.
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- É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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1 comentários:
Quantas pessoas carregam com elas,essa ganancia de não saber dividir o que tem com seus amigos,esse mundo esta cheio de gente fria como esse homens,que se deixaram morrer por não saber partilhar o calor que eles mesmo os tinham,belo post.
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