terça-feira, 1 de novembro de 2011

O quebrador de pedras

 
 
Era uma vez um simples quebrador de pedras que estava insatisfeito consigo mesmo e com sua posição na vida. Um dia ele passou em frente a uma rica casa de um comerciante. Através do portal aberto ele viu muitos objetos valiosos e luxuosos e importantes figuras que frequentavam a mansão.

"Quão poderoso é este mercador!", pensou o quebrador de pedras. Ele ficou muito invejoso disso e desejou que ele pudesse ser como o comerciante. Para sua grande surpresa ele, repentinamente, tornou-se um comerciante, usufruindo mais luxos e poder do que ele jamais tinha imaginado, embora fosse invejado e detestado por todos aqueles menos poderosos e ricos do que ele.

Um dia um alto oficial do governo passou à sua frente na rua, carregado em uma liteira de seda, acompanhado por submissos atendentes e escoltado por soldados, que batiam gongos para afastar a plebe. Todos, não importa quão ricos, tinham que se curvar à sua passagem.

"Quão poderoso é este oficial!" ele pensou. "Gostaria de poder ser um alto oficial!"

No mesmo instante ele tornou-se um alto oficial, carregado em sua liteira de seda para qualquer lugar que fosse, temido e odiado pelas pessoas à sua volta. Como era umm dia de verão quente, o oficial sentiu-se muito desconfortável na suada liteira de seda. Ele olhou para o Sol. Este fulgia orgulhoso no céu, indiferente pela sua reles presença abaixo.

"Quão poderoso é o Sol!" ele pensou. "Gostaria de ser o Sol!"

Então, ele tornou-se o Sol. Brilhando ferozmente, lançando seus raios para a terra sobre tudo e todos, crestando os campos, amaldiçoado pelos fazendeiros e trabalhadores. Mas um dia, uma gigantesca nuvem negra ficou entre ele e a terra, e seu calor não mais pôde alcançar o chão e tudo sobre ele.

"Quão poderosa é a nuvem de tempestade!" ele pensou "Gostaria de ser uma nuvem!"

Na mesma hora ele tornou-se a nuvem, inundando com chuva campos e vilas, causando temor a todos. Mas repentinamente ele percebeu que estava sendo empurrado para longe com uma força descomunal, e soube que era o vento que fazia isso.

"Quão poderoso é o Vento!" ele pensou. "Gostaria de ser o vento!"

Então, ele tornou-se o vento de furacão, soprando as telhas dos telhados das casas, desenraizando árvores, temido e odiado por todas as criaturas na terra!

Mas em determinado momento ele encontrou algo que ele não foi capaz de mover nem um milímetro, não importasse o quanto ele soprasse em sua volta, lançando-lhe rajadas de ar. Ele viu que o objeto era uma grande e alta rocha.

"Quão poderosa é a rocha!" ele pensou. "Gostaria de ser uma rocha!"

Então, ele tornou-se a rocha. Mais poderoso do que qualquer outra coisa na terra, eterno, imóvel. Mas enquanto ele estava lá, orgulhoso pela sua força, ele ouviu o som de um martelo batendo em um cinzel sobre uma dura superfície, e sentiu a si mesmo sendo despedaçado.

"O que poderia ser mais poderoso do que uma rocha?!?" pensou surpreso.

Então, olhando para baixo, ele viu a figura de um quebrador de pedras...

Desconheço a autoria.

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2 comentários:

INSTITUTO UNIBEM robson moreira disse...

NAMASTÊ ... <3

Maurélio disse...

Conheço a estória do índio e do professor da capital, algo semelhante...
No início ele perguntava ao índio porquê não estudar ao invés de pescar...
No final após dar conselhos para o silvícola estudar (cursos que levariam uns 20 anos) ele lhe disse: após tudo isto tu podes tirar férias e pescar.
E o índio contra-argumentou: e o quê estou fazendo agora?

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Claudia Mei
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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