quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Educar
Nossos corpos são feitos de palavras. Assim podemos ser príncipes ou sapos, borboletas ou lagartas, campos selvagens ou monoculturas. Leonardos ou monótonos funcionários.
(...)
A este processo mágico pelo qual a palavra desperta o mundo adormecido se dá o nome de educação. Educadores são todos aqueles que têm este poder. A palavra tanto pode invocar príncipes quanto sapos, tanto pode acordar borboletas quanto lagartas.
(...)
O corpo de uma criança é um espaço infinito onde cabem todos os universos. Quanto mais ricos forem estes universos, maiores serão os vôos da borboleta, maior será o fascínio, maior será o número de melodias que saberá tocar, maior será a possibilidade de amar, maior será a felicidade.
(...)
Por vezes, entretanto, acontece uma metamorfose ao contrário: as borboletas voltam ao casulo e se transformam em lagartas. Porque voar é fascinante, mas perigoso. É preciso que não se tenha medo de flutuar sobre o vazio com asas frágeis. É mais seguro viver agarrado à folha que se come. E eu me pergunto sobre o que aconteceu conosco. Pois um dia fomos borboletas aladas em busca de espaços sem limites. Talvez, por medo, tenhamos abandonado as asas. Talvez, por medo, já não sejamos capazes de voar e sonhar. Gordas lagartas que não têm coragem de se desprender das seguras folhas onde rastejam...
(...)
O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isto os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos
(...)
O professor é aquele que ensina a criança a fazer flutuar suas bolinhas de vidro dentro das bolhas de sabão...
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A este processo mágico pelo qual a palavra desperta o mundo adormecido se dá o nome de educação. Educadores são todos aqueles que têm este poder. A palavra tanto pode invocar príncipes quanto sapos, tanto pode acordar borboletas quanto lagartas.
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O corpo de uma criança é um espaço infinito onde cabem todos os universos. Quanto mais ricos forem estes universos, maiores serão os vôos da borboleta, maior será o fascínio, maior será o número de melodias que saberá tocar, maior será a possibilidade de amar, maior será a felicidade.
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Por vezes, entretanto, acontece uma metamorfose ao contrário: as borboletas voltam ao casulo e se transformam em lagartas. Porque voar é fascinante, mas perigoso. É preciso que não se tenha medo de flutuar sobre o vazio com asas frágeis. É mais seguro viver agarrado à folha que se come. E eu me pergunto sobre o que aconteceu conosco. Pois um dia fomos borboletas aladas em busca de espaços sem limites. Talvez, por medo, tenhamos abandonado as asas. Talvez, por medo, já não sejamos capazes de voar e sonhar. Gordas lagartas que não têm coragem de se desprender das seguras folhas onde rastejam...
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O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isto os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos
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O professor é aquele que ensina a criança a fazer flutuar suas bolinhas de vidro dentro das bolhas de sabão...
Rubem Alves.
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- É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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1 comentários:
Educar é isso: dar mais asas para que a criança "voe" com toda sua criatividade!
Infelizmente a educação tradicional é castradora e opressora. Na medida em que impõe a cultura pronta, limita o universo da criança!!!
Perfeito, Rubem, perfeito!
Parabéns pela escolha do texto!
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