domingo, 26 de dezembro de 2010

Se bastasse uma canção

Se bastasse cantar com ternura
Pra acalmar esses dias
Em que os homens perderam a doçura
De cantar morreria
Mas quem sou eu?
Mas quem sou eu?
Simples cigarra
Em que a voz é escrava
da melodia

Se bastasse a canção da esperança
Pra inundar de alegria
A tristeza de nossas crianças
De cantar morreria
Mas quem sou eu?
Mas quem sou eu?
Simples cigana nas sendas profanas
da poesia

Se bastasse cantar compassiva
Pra aplacar a agonia
Nessas terras de gente cativa
De cantar morreria
Mas quem sou eu?
Mas quem sou eu?
Simples agente da estrela regente
das sinfonias

Ë preciso muito, muito mais
gente cantando
É preciso muito, muito mais
É quase um esforço sobre-humano
Pra conseguir mudar os planos

É preciso muito, muito mais
gente cantando
É preciso muito, muito mais
Cantar a paz no mundo inteiro
É quase um esforço derradeiro

Se bastasse cantar com brandura
Pra estancar a sangria
Pro universo viver com candura
de cantar morreria
Mas quem sou eu?
Mas quem sou eu?
Simples cantante das noites
dançantes
Das fantasias

É preciso muito, muito mais gente
cantando
É preciso muito, muito mais
Cantar, cantar que ainda é tempo
Uma canção sem sofrimento

É preciso muito, muito mais gente
Cantando
É preciso muito, muito mais cantar
com o céu,
Com os movimentos,
Cantar com a luz, com os elementos

Enquanto espero
Sigo cantando, e cantando e cantando
Eu vou vivendo

Interpretada por Selma Reis



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Claudia Mei
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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