quarta-feira, 23 de março de 2011

Ausência

 
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.

E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e  invento exclamações alegres, porque a ausência assimilada, ninguém a rouba mais de  mim.


Carlos Drummond de Andrade

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1 comentários:

Anônimo disse...

Que linda reflexão..adoro!!

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Claudia Mei
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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