segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Quebra-cabeça
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas.
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar.
Vendo que seria impossível demovê-lo da ideia, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção.
De repente deparou-se com o mapa do mundo em uma revista! Era justamente o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:
- “Você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo partido. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Faça tudo sozinho”.
Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Porém, algumas horas depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
- “Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!”
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Mas, para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como era possível? Como o menino havia sido capaz?
- “Você não sabia como era o mundo, meu filho, mas mesmo assim você conseguiu? Como?”
- “Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo”.
Autoria desconhecida.
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- É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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