sábado, 31 de dezembro de 2011
Tomara...
Tomara que os olhos de inverno das circunstâncias mais doídas não sejam capazes de encobrir por muito tempo os nossos olhos de sol.
Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente possa descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece.
Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer, ínfima, tímida, para ver também um bocadinho de céu.
Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo.
Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem de sentir confiança.
Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente.
Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que, apesar dos apesares todos, dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.
Tomara...
Ana Jácomo.
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Cortar o tempo
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
Carlos Drummond de Andrade.
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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
A vida é curta
Só envelhece quem não morre jovem. Assim mesmo descobre que a vida passa com velocidade e chega o dia em que descobrimos que a vida é curta.
"A vida é curta, quebre regras, perdoe rapidamente, beije demoradamente, ame verdadeiramente, ria incontrolavelmente, e nunca deixe de sorrir, por mais estranho que seja o motivo. A vida não pode ser a festa que esperávamos, mas enquanto estamos aqui, devemos dançar...."
O parágrafo acima eu o li nalgum lugar. Não lembro mais onde ou quem é o seu autor. Encerra tanta verdade e simplicidade que deveria estar indelevelmente impressa no nosso cérebro.
Me faz lembrar um pequeno fato verdadeiro, que conto a seguir.
Muitos anos atrás, quando ainda biologicamente jovem, entrei numa loja de ferragens. O proprietário, um amigo falante e brincalhão, me apresentou o que era uma novidade na época: a trena retrátil.
Até então, o instrumento usual de medição de um construtor era o metro feito de madeira e que era dobrável. A trena de metal se expandia até 3 metros e se recolhia dentro de sua embalagem por ação de uma mola.
O meu amigo se divertia apresentando a novidade de modo criativo. Perguntava, primeiro, se sabíamos qual era a idade média de um brasileiro, que acredito que na ocasião eram 65 anos. Ele então puxava a trena até 65 centímetros.
Mostrando ostensivamente a trena puxada, perguntava então a nossa idade e recolhia aquele tanto. Dizia dramaticamente divertido:
“É isto que ainda te resta viver”.
O resultado desta brincadeira causou em mim profundo impacto, pois creio que foi a primeira vez que tive a consciência de como a vida é curta, apesar que hoje alcançamos um longevidade maior, mas a vida continua curta.
E você, já se deu conta deste fato? E o que está fazendo a respeito? Está rindo mais? Abraçando e beijando mais? Está falando mais com sua criança interior? Está dançando quando pode, ou esperando uma música melhor aparecer?
Viva o momento. Viva a vida verdadeiramente. Dance imaginariamente a canção que está dentro de cada um de nós. A vida é curta.
Curta a vida.
Ricardo Garopaba Blauth.
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Você é
Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos à flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.
Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.
Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.
Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.
Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.
Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.
Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.
Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.
Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.
Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.
Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.
Martha Medeiros.
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terça-feira, 27 de dezembro de 2011
A borboleta
Eu estava sentada em uma sala de um hotel, um lugar tranquilo, rodeado de flores, quando assisti a uma desesperada luta entre a vida e a morte acontecendo com uma borboleta que gastava as suas últimas energias tentando voar para fora da sala através do vidro da vidraça.
É triste contar a comovente história da estratégia da borboleta: ela insistia, mas não conseguia, pois os seus desesperados esforços não geravam nenhuma esperança para a sua sobrevivência. Ironicamente, a luta é parte da armadilha. Era impossível para a borboleta, mesmo tentando arduamente, conseguir ter sucesso, ou seja, quebrar o vidro. No entanto, esse pequeno inseto apostou sua vida para alcançar seu objetivo, através da determinação de um esforço errado.
Esta borboleta estava condenada. Ela ia morrer lá no peitoril da janela. Do outro lado da sala, há alguns metros, a porta estava aberta. Dez segundos de tempo de voo e esta pequena criatura poderia alcançar o mundo exterior que tanto procurava.
Com apenas um pequeno esforço, que agora está sendo desperdiçado, poderia estar livre desta armadilha que ela mesma criou. A possibilidade da descoberta está lá. Seria tão fácil. Por que não tentar voar com uma outra abordagem, algo radicalmente diferente? Como é que ela ficou tão obstinada com a ideia de que este específico trajeto lhe oferece a melhor oportunidade para o sucesso?
Que lógica há em continuar insistindo até a morte na mesma solução para o meu problema? Sem dúvida, esta abordagem faz sentido. Mas, lamentavelmente, é uma ideia que vai matá-la. Tentar a coisa mais difícil não é, necessariamente, a solução mais eficaz. Esta visão não oferece qualquer promessa real de conseguir o que se quer da vida. Às vezes, na verdade, é uma grande parte do problema. Se você aposta todas as suas esperanças numa única alternativa, você pode matar as suas chances de sucesso.
Desconheço o autor.
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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Dieta ideal
Sempre estive dividido entre a volúpia de comer bem e a necessidade de me alimentar com saúde. A gula venceu boa parte das batalhas.
Nunca hesitei entre um camarão ao alho e óleo e um chuchu refogado. Mas a idade aumenta e o desejo de cuidar da saúde cresce. Aboli a carne de porco há anos, depois de ter lido que era a mais prejudicial. Se algum cientista dizia, devia estar certo. Abandonei os torresminhos, as linguiças, os pernis!
Em minha recente viagem ao Japão, soube que pesquisadores do mundo todo estão estudando a dieta de Okinawa. É o lugar onde mais se vive no mundo. Há gente com mais de 100 anos andando de bicicleta na rua. O que eles comem rotineiramente? Carne de porco! Quase chorei de tristeza pelo tempo perdido! Lamentei-me por todos os lombos assados que desdenhei!
E os ovos? Garantiam que a gema era um veneno para o colesterol. Eu adoro ovo. Mas passei a evitar. Com a maior cara de pau, o mundo científico, faz algum tempo, anunciou o contrário: ovo faz bem! Quem me devolve as omeletes não comidas?
Durante algum tempo, para melhorar o colesterol, eu tomava “água de berinjela”. Deixa-se a berinjela na água durante a noite e bebe-se em jejum. Não há maneira mais horrenda de começar o dia. No exame seguinte, meu colesterol continuava igual. Óbvio, o culpado era eu:
— Você deve ter exagerado em outras coisas. Se não fosse a berinjela, teria piorado! — acusou-me o médico alternativo.
Já cultivei uma coisa no aquário, até hoje não sei se vegetal ou animal. Era um espécime redondo que se reproduzia em placas que se colavam umas às outras. O segredo era beber daquela água todo dia, para garantir uma vida longa, saúde perfeita e inteligência aguçada. Foi moda numa certa época. Quando penso que bebia aquilo e ainda elogiava, não entendo por que não me botaram num hospício.
E a história dos radicais livres? Partem do pressuposto de que cada célula é uma “fábrica” cujo funcionamento deixa resíduos. É preciso eliminá-los com uma boa alimentação. A tese é ótima. A vilã sempre é a carne vermelha. Aconselha- se a substituição pela soja! Assim, tentei viver à base de carne de soja! Era tão gostosa como mastigar isopor! Também incorporei leite de soja.
— Você não é um bezerro! — explicou delicadamente o tal médico. — Pare com o leite de vaca.
Depois soube que o cálcio do leite animal é importante para os ossos! Em quem acredito?
A última moda em alimentação é a quinoa. Provém dos Andes e é considerada completa em termos nutricionais. Tem sabor de nada. Achava impossível algo ter sabor de coisa nenhuma, mas é o caso da quinoa. Dia desses, estava com um amigo em uma lanchonete. Ele vive de regime. Viu no menu: sanduíche de quinoa. Aconselhei: — É um alimento maravilhoso que não engorda.
Agi com boa intenção. Talvez ele gostasse. Veio um hambúrguer de quinoa frita. Duas desvantagens de uma vez: engordava por causa da fritura e só tinha gosto do óleo em que fora mergulhado! Quase perdi o amigo!
Tudo o que é delicioso parece fazer mal: batatas fritas, hambúrgueres, refrigerantes, hot-dogs, bacon e, claro, qualquer delícia feita de açúcar!
Penso na minha avó, que cozinhava com banha de porco e quase chegou aos 90. E em outras velhas que conheci. Talvez o povo do passado soubesse algo sobre alimentação que o tempo esqueceu. No mínimo, eles não viviam estressados com tantas dietas e informações. Sentiam-se felizes por desfrutar a comida.
Dietas são boas. Mas acredito que o principal ingrediente para a boa saúde é a paz de espírito.
Walcyr Carrasco.
Nunca hesitei entre um camarão ao alho e óleo e um chuchu refogado. Mas a idade aumenta e o desejo de cuidar da saúde cresce. Aboli a carne de porco há anos, depois de ter lido que era a mais prejudicial. Se algum cientista dizia, devia estar certo. Abandonei os torresminhos, as linguiças, os pernis!
Em minha recente viagem ao Japão, soube que pesquisadores do mundo todo estão estudando a dieta de Okinawa. É o lugar onde mais se vive no mundo. Há gente com mais de 100 anos andando de bicicleta na rua. O que eles comem rotineiramente? Carne de porco! Quase chorei de tristeza pelo tempo perdido! Lamentei-me por todos os lombos assados que desdenhei!
E os ovos? Garantiam que a gema era um veneno para o colesterol. Eu adoro ovo. Mas passei a evitar. Com a maior cara de pau, o mundo científico, faz algum tempo, anunciou o contrário: ovo faz bem! Quem me devolve as omeletes não comidas?
Durante algum tempo, para melhorar o colesterol, eu tomava “água de berinjela”. Deixa-se a berinjela na água durante a noite e bebe-se em jejum. Não há maneira mais horrenda de começar o dia. No exame seguinte, meu colesterol continuava igual. Óbvio, o culpado era eu:
— Você deve ter exagerado em outras coisas. Se não fosse a berinjela, teria piorado! — acusou-me o médico alternativo.
Já cultivei uma coisa no aquário, até hoje não sei se vegetal ou animal. Era um espécime redondo que se reproduzia em placas que se colavam umas às outras. O segredo era beber daquela água todo dia, para garantir uma vida longa, saúde perfeita e inteligência aguçada. Foi moda numa certa época. Quando penso que bebia aquilo e ainda elogiava, não entendo por que não me botaram num hospício.
E a história dos radicais livres? Partem do pressuposto de que cada célula é uma “fábrica” cujo funcionamento deixa resíduos. É preciso eliminá-los com uma boa alimentação. A tese é ótima. A vilã sempre é a carne vermelha. Aconselha- se a substituição pela soja! Assim, tentei viver à base de carne de soja! Era tão gostosa como mastigar isopor! Também incorporei leite de soja.
— Você não é um bezerro! — explicou delicadamente o tal médico. — Pare com o leite de vaca.
Depois soube que o cálcio do leite animal é importante para os ossos! Em quem acredito?
A última moda em alimentação é a quinoa. Provém dos Andes e é considerada completa em termos nutricionais. Tem sabor de nada. Achava impossível algo ter sabor de coisa nenhuma, mas é o caso da quinoa. Dia desses, estava com um amigo em uma lanchonete. Ele vive de regime. Viu no menu: sanduíche de quinoa. Aconselhei: — É um alimento maravilhoso que não engorda.
Agi com boa intenção. Talvez ele gostasse. Veio um hambúrguer de quinoa frita. Duas desvantagens de uma vez: engordava por causa da fritura e só tinha gosto do óleo em que fora mergulhado! Quase perdi o amigo!
Tudo o que é delicioso parece fazer mal: batatas fritas, hambúrgueres, refrigerantes, hot-dogs, bacon e, claro, qualquer delícia feita de açúcar!
Penso na minha avó, que cozinhava com banha de porco e quase chegou aos 90. E em outras velhas que conheci. Talvez o povo do passado soubesse algo sobre alimentação que o tempo esqueceu. No mínimo, eles não viviam estressados com tantas dietas e informações. Sentiam-se felizes por desfrutar a comida.
Dietas são boas. Mas acredito que o principal ingrediente para a boa saúde é a paz de espírito.
Walcyr Carrasco.
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sábado, 24 de dezembro de 2011
Desejos de Natal
Papai Noel neste Natal eu desejo que a "Paz e a Harmonia" encontrem moradia em todos os corações.
Que a Esperança seja um sentimento constante em cada ser que habita este planeta.
Desejo que o Amor e a Amizade prevaleça acima de todas as coisas materiais.
Que as Tristezas ou Mágoas, sejam banidas dos corações, dando lugar apenas ao Carinho.
Que a "Dor do Amor", encontre o remédio em outro Amor.
Que a "Dor Física", seja amenizada e que Deus esteja ao lado de todos, dando muita força, fé e resignação.
Que a Solidão seja Extinta, e no seu lugar se instale a Amizade Verdadeira, e o Companheirismo.
Que as pessoas procurem olhar mais a sua "Volta", e não tanto para "Si" mesma.
Que a Humildade e o Respeito residam na Alma e no Coração de todos.
Que a Esperança seja um sentimento constante em cada ser que habita este planeta.
Desejo que o Amor e a Amizade prevaleça acima de todas as coisas materiais.
Que as Tristezas ou Mágoas, sejam banidas dos corações, dando lugar apenas ao Carinho.
Que a "Dor do Amor", encontre o remédio em outro Amor.
Que a "Dor Física", seja amenizada e que Deus esteja ao lado de todos, dando muita força, fé e resignação.
Que a Solidão seja Extinta, e no seu lugar se instale a Amizade Verdadeira, e o Companheirismo.
Que as pessoas procurem olhar mais a sua "Volta", e não tanto para "Si" mesma.
Que a Humildade e o Respeito residam na Alma e no Coração de todos.
Que saibamos Amar e Respeitar o Próximo como a nós mesmos.
Desejo também que meu pedido se realize não só neste Natal, mas em todos os dias de nossas vidas!
Desejo ainda um Feliz e Santo Natal a todos os amigos e seguidores do blog!
Desejo também que meu pedido se realize não só neste Natal, mas em todos os dias de nossas vidas!
Desejo ainda um Feliz e Santo Natal a todos os amigos e seguidores do blog!
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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Se bastasse uma canção
Se bastasse cantar com ternura
Pra acalmar esses dias
Em que os homens perderam a doçura
De cantar morreria
Mas quem sou eu?
Mas quem sou eu?
Simples cigarra
Em que a voz é escrava
da melodia
Se bastasse a canção da esperança
Pra inundar de alegria
A tristeza de nossas crianças
De cantar morreria
Mas quem sou eu?
Mas quem sou eu?
Simples cigana nas sendas profanas
da poesia
Se bastasse cantar compassiva
Pra aplacar a agonia
Nessas terras de gente cativa
De cantar morreria
Mas quem sou eu?
Mas quem sou eu?
Simples agente da estrela regente
das sinfonias
Ë preciso muito, muito mais
gente cantando
É preciso muito, muito mais
É quase um esforço sobre-humano
Pra conseguir mudar os planos
É preciso muito, muito mais
gente cantando
É preciso muito, muito mais
Cantar a paz no mundo inteiro
É quase um esforço derradeiro
Se bastasse cantar com brandura
Pra estancar a sangria
Pro universo viver com candura
de cantar morreria
Mas quem sou eu?
Mas quem sou eu?
Simples cantante das noites
dançantes
Das fantasias
É preciso muito, muito mais gente
cantando
É preciso muito, muito mais
Cantar, cantar que ainda é tempo
Uma canção sem sofrimento
É preciso muito, muito mais gente
Cantando
É preciso muito, muito mais cantar
com o céu,
Com os movimentos,
Cantar com a luz, com os elementos
Enquanto espero
Sigo cantando, e cantando e cantando
Eu vou vivendo
Interpretada por Selma Reis
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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Reflexão de Natal
Estamos a poucos dias de comemorarmos a data que deveria ser o maior acontecimento dos tempos: o nascimento de Jesus.
Há, porém, uma tristeza indelével pairando no ar. Pessoas que vão e vêm pelas ruas, preocupadas apenas com os presentes que irão oferecer aos filhos, pais, parentes ou amigos.
Outros existem, porém, que sofrem nesse dia a perda irreparável de entes queridos que não irão estar presentes às comemorações, esquecendo-se de que a vida é eterna e que só morremos realmente, quando deixamos de acreditar em nossos sonhos.
Alguns sofrem por estarem longe de seus filhos, pais ou irmãos que estão distantes. Há aqueles que sofrem por não terem condições financeiras de oferecer aos filhos o tão esperado presente de “Papai Noel” e talvez nem mesmo dinheiro possuam para comprar um alimento para ser servido à mesa no dia de Natal.
E o verdadeiro sentido desta data, onde entra?
Jesus não veio ao mundo para que seu nascimento fosse comemorado com bens materiais.
Jesus veio ao mundo para que nossa visão de vida ganhasse um novo sentido de esperança. Veio nos ensinar a deixar de lado nosso egoísmo; veio nos ensinar o amor ao próximo, mas não aquele amor que só ama aos que realmente estão próximos a nós; isso é fácil!
Jesus veio nos ensinar que devemos estender nossa visão para além daquilo que conseguimos enxergar. E existe muito, muito mesmo o que se ver.
Pessoas se preocupam demais com coisas que, vistas pelo lado espiritual, perdem sua importância.
Jesus veio pregar o amor, a compreensão, o desapego, a caridade e a solidariedade.
Amor que deve se estender a todos os seres vivos.
Desapego aos bens materiais, porque ao nascer não trazemos nada nas mãos, a não ser o desejo de aprender e crescer espiritualmente e ao partir levamos apenas as nossas experiências de vida.
Solidariedade e caridade para com o irmão necessitado do pão para seu corpo, sim, mas muito mais do pão para sua alma.
E essa solidariedade e caridade não devem ser praticadas apenas no decorrer das festividades de Natal e Ano Novo. Devem ser postas em prática a vida inteira, assim como Jesus nos ensinou.
Pessoas existem que se confraternizam nesta época do ano, se perdoam mutuamente as ofensas trocadas, apertam as mãos, se abraçam, cantam, bebem e riem juntos, mas no dia seguinte, quando a vida volta ao normal, todas as promessas são esquecidas e cada qual retoma sua vida e seus propósitos se dissolvem no ar feito fumaça. O mesmo egoísmo volta a dominar suas vidas.
O Natal é uma data bonita que deve ser comemorada com a alma, com alegria, com amor.
Jesus nasceu com o objetivo claro e único de dar a vida por nós, para nos salvar. Vamos procurar mostrar a Ele que seu sacrifício não foi em vão.
Pense nisto: vamos procurar fazer deste Natal não apenas mais uma data em que trocaremos presentes, abriremos champanhe e brindaremos junto aos nossos, mas sim, uma data de renovação de nossos propósitos de vida e de renascimento interior.
Rose Mori.
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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Você sabe ou você sente?
Você já reparou o quanto as pessoas falam dos outros? Falam de tudo. Da moral, do comportamento, dos sentimentos, das reações, dos medos, das imperfeições, dos erros, das criancices, ranzinzices, chatices, mesmices, grandezas, feitos, espantos. Sobretudo falam do comportamento.
E falam porque supõem saber. Mas não sabem. Porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente. Se sentissem não falariam.
Só pode falar da dor de perder um filho, um pai que já perdeu, ou a mãe já ferida por tal amputação de vida. Dou esse exemplo extremo porque ele ilustra melhor.
As pessoas falam da reação das outras e do comportamento delas quase sempre sem jamais terem sentido o que elas sentiram.
Mas sentir o que o outro sente não significa sentir por ele. Isso é masoquismo. Significa perceber o que ele sente e ser suficientemente forte para ajudá-lo exatamente pela capacidade de não se contaminar com o que o machucou.
Se nos deixarmos contaminar (fecundar?) pelo sentimento que o outro está sentindo, como teremos forças para ajudá-lo? Só quem já foi capaz de sentir os muitos sentimentos do mundo é capaz de saber algo sobre as outras pessoas e aceitá-las, com tolerância.
Sentir os muitos sentimentos do mundo não é ser uma caixa de sofrimentos. Isso é ser infeliz.
Sentir os muitos sentimentos do mundo é abrir-se a qualquer forma de sentimento. É analisá-los interiormente, deixar todos os sentimentos de que somos dotados fluir sem barreiras, sem medos, os maus, os bons, os pérfidos, os sórdidos, os baixos, os elevados, os mais puros, os melhores, os santos.
Só quem deixou fluir sem barreiras, medos e defesas todos os próprios sentimentos, pode sabê-los, de senti-los no próximo.
Espere florescer a árvore do próprio sentimento. Vivendo, aceitando as podas da realidade e se possível fecundando.
A verdade é que só sabemos o que já sentimos. Podemos intuir, perceber, atinar; podemos até, conhecer. Mas saber, jamais!
Só se sabe aquilo que já se sentiu.
By Artur da Távola.
E falam porque supõem saber. Mas não sabem. Porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente. Se sentissem não falariam.
Só pode falar da dor de perder um filho, um pai que já perdeu, ou a mãe já ferida por tal amputação de vida. Dou esse exemplo extremo porque ele ilustra melhor.
As pessoas falam da reação das outras e do comportamento delas quase sempre sem jamais terem sentido o que elas sentiram.
Mas sentir o que o outro sente não significa sentir por ele. Isso é masoquismo. Significa perceber o que ele sente e ser suficientemente forte para ajudá-lo exatamente pela capacidade de não se contaminar com o que o machucou.
Se nos deixarmos contaminar (fecundar?) pelo sentimento que o outro está sentindo, como teremos forças para ajudá-lo? Só quem já foi capaz de sentir os muitos sentimentos do mundo é capaz de saber algo sobre as outras pessoas e aceitá-las, com tolerância.
Sentir os muitos sentimentos do mundo não é ser uma caixa de sofrimentos. Isso é ser infeliz.
Sentir os muitos sentimentos do mundo é abrir-se a qualquer forma de sentimento. É analisá-los interiormente, deixar todos os sentimentos de que somos dotados fluir sem barreiras, sem medos, os maus, os bons, os pérfidos, os sórdidos, os baixos, os elevados, os mais puros, os melhores, os santos.
Só quem deixou fluir sem barreiras, medos e defesas todos os próprios sentimentos, pode sabê-los, de senti-los no próximo.
Espere florescer a árvore do próprio sentimento. Vivendo, aceitando as podas da realidade e se possível fecundando.
A verdade é que só sabemos o que já sentimos. Podemos intuir, perceber, atinar; podemos até, conhecer. Mas saber, jamais!
Só se sabe aquilo que já se sentiu.
By Artur da Távola.
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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Um conto de Natal
Tudo começou porque Mike odiava o Natal.
Claro que não odiava o verdadeiro sentido do Natal, mas seus aspectos comerciais. Os gastos excessivos, a corrida frenética na última hora para comprar presentes para alguém da parentela de quem se havia esquecido.
Sabendo como ele se sentia, um certo ano a esposa decidiu deixar de lado as tradicionais camisetas, casacos, gravatas e coisas do gênero. Procurou algo especial só para Mike. A inspiração veio de uma forma um tanto incomum.
O filho Kevin, que tinha 12 anos na época, fazia parte da equipe de luta livre da sua escola. Pouco antes do Natal houve um campeonato especial contra uma equipe patrocinada por uma associação da parte mais pobre da cidade.
Esses jovens usavam tênis tão velhos que a impressão que passavam é de que a única coisa que os segurava eram os cadarços. Contrastavam de forma gritante com os outros jovens, vestidos com impecáveis uniformes azuis e dourados e tênis especiais novinhos em folha.
Quando o jogo acabou, a equipe da escola de Kevin tinha arrasado com eles. Foi então que Mike balançou a cabeça, triste, e falou: queria que pelo menos um deles tivesse ganhado. Eles têm muito potencial, mas uma derrota dessas pode acabar com o ânimo deles.
Mike adorava crianças. Todas as crianças. E as conhecia bem, pois tinha sido técnico de times mirins de futebol, basquete e vôlei.
Foi aí que a esposa teve a idéia.
Naquela tarde, foi a uma loja de artigos esportivos e comprou capacetes de proteção e tênis especiais e enviou, sem se identificar, para a associação que patrocinava aquela equipe.
Na véspera de Natal deu ao marido um envelope com um bilhete dentro, contando o que tinha feito e que esse era o seu presente para ele. O mais belo sorriso iluminou o seu rosto naquele Natal.
No ano seguinte ela comprou ingressos para um jogo de futebol para um grupo de jovens com problemas mentais.
No outro enviou um cheque para dois irmãos que tinham perdido a casa em um incêndio na semana anterior ao Natal.
O envelope passou a ser o ponto alto do Natal daquela família.
Os filhos deixavam de lado seus brinquedos e ficavam esperando o pai pegar o envelope e revelar o que tinha dentro.
As crianças foram crescendo. Os brinquedos foram sendo substituídos por presentes mais práticos, mas o envelope nunca perdeu o seu encanto.
Até que, no ano passado, Mike morreu. Chegou a época do Natal e a esposa estava se sentindo muito só. Triste. Quase sem esperanças. Mas, na véspera do Natal, ela preparou o envelope como sempre.
Para sua surpresa, na manhã seguinte, havia mais três envelopes junto dele. Cada um dos filhos, sem um saber do outro, havia colocado um envelope para o pai.
O verdadeiro espírito do Natal é o amor. Que nesta época, pelo menos, possamos exercitar nossa capacidade de doação.
Muito além dos presentes, da ceia, do encontro familiar, comemorar o Natal significa viver a mensagem do divino aniversariante, lançada há mais de 2000 anos e que até hoje prossegue ecoando nos corações!
Desconheço a autoria.
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domingo, 18 de dezembro de 2011
Natal todo dia
Um clima de sonho se espalha no ar
Pessoas se olham com brilho no olhar
A gente já sente chegando o Natal
É tempo de amor, todo mundo é igual
Os velhos amigos irão se abraçar
Os desconhecidos irão se falar
E quem for criança vai olhar pro céu
Fazendo um pedido pro velho Noel
Se a gente é capaz de espalhar alegria
Se a gente é capaz de toda essa magia
Eu tenho certeza que a gente podia
Fazer com que fosse Natal todo dia
Um jeito mais manso de ser e falar
Mais calma, mais tempo pra gente se dar
Me diz por que só no Natal é assim?
Que bom se ele nunca tivesse mais fim
Que o Natal comece no seu coração
Que seja pra todos sem ter distinção
Um gesto, um sorriso, um abraço, o que for
O melhor presente é sempre o amor
Se a gente é capaz de espalhar alegria
Se a gente é capaz de toda essa magia
Eu tenho certeza que a gente podia
Fazer com que fosse Natal todo dia
Se a gente é capaz de toda essa magia
Eu tenho certeza que a gente podia
Fazer com que fosse Natal todo dia
Roupa Nova.
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Aceitação
Despir uma peça e outra da ansiedade, deixar o tempo das coisas fluir em paz, afrouxar a ideia fixa um pouquinho, diminuir o volume da barulheira mental, mudar o destino do foco só pra variar, mesmo que nem dure muito, costuma criar um lugar de descanso aprazível e reparador na vida da gente.
Quando não há mais nada que possamos fazer para tentar modificar algumas circunstâncias, o que existe de mais confortável no mundo é a liberdade da entrega e a coragem da aceitação de que as coisas possam ser simplesmente como são.
Ana Jácomo.
Quando não há mais nada que possamos fazer para tentar modificar algumas circunstâncias, o que existe de mais confortável no mundo é a liberdade da entrega e a coragem da aceitação de que as coisas possam ser simplesmente como são.
Ana Jácomo.
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
O frio que vem de dentro
Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve e teriam que esperar até o amanhecer para receberem socorro.
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual se aqueciam. Se o fogo apagasse todos morreriam de frio.
Chegou a hora de cada um colocar mais lenha na fogueira.
O primeiro homem, um racista, olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele negra. Então, raciocinou:
- "Aquele negro!! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro!!!". E guardou-as para protegê-las dos demais olhares.
O segundo homem era um avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor, em torno do fogo bruxuleante e viu um homem da montanha, que mostrava sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor de sua lenha enquanto, mentalmente, sonhava com o seu lucro. E pensou:
- "Eu, dar minha lenha para aquecer um preguiçoso?". E guardou bem guardada sua lenha.
O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão e seu pensamento era muito prático:
- "É bem provável que eu precise dessa lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou sua lenha com cuidado.
O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia, mais do que os outros, os caminhos, os perigos e os segredos da neve. E pensou:
- "Essa nevasca pode durar vários dias, vou guardar minha lenha". E assim fez...
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa, e nas palmas das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido:
- "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei à ninguém, nem mesmo o menor de meus gravetos."
Com esses pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.
Ao alvorecer, quando os homens do socorro chegaram na caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse:
- "O frio que os matou não foi o frio de fora, mas sim o frio de dentro!!"
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual se aqueciam. Se o fogo apagasse todos morreriam de frio.
Chegou a hora de cada um colocar mais lenha na fogueira.
O primeiro homem, um racista, olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele negra. Então, raciocinou:
- "Aquele negro!! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro!!!". E guardou-as para protegê-las dos demais olhares.
O segundo homem era um avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor, em torno do fogo bruxuleante e viu um homem da montanha, que mostrava sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor de sua lenha enquanto, mentalmente, sonhava com o seu lucro. E pensou:
- "Eu, dar minha lenha para aquecer um preguiçoso?". E guardou bem guardada sua lenha.
O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão e seu pensamento era muito prático:
- "É bem provável que eu precise dessa lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou sua lenha com cuidado.
O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia, mais do que os outros, os caminhos, os perigos e os segredos da neve. E pensou:
- "Essa nevasca pode durar vários dias, vou guardar minha lenha". E assim fez...
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa, e nas palmas das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido:
- "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei à ninguém, nem mesmo o menor de meus gravetos."
Com esses pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.
Ao alvorecer, quando os homens do socorro chegaram na caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse:
- "O frio que os matou não foi o frio de fora, mas sim o frio de dentro!!"
Desconheço a autoria.
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terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Presente de natal
Alfredo acordou em uma véspera de Natal, muito contente, pois uma data muito importante estava para chegar.
Era o dia do aniversário do menino Jesus e, é lógico, o dia em que o Papai Noel vinha visitá-lo todos os anos.
Com seus cinco aninhos, Alfredo esperava ansiosamente o cair da noite para voltar a dormir e olhar o seu pé de meia que estava em frente a porta, pois não tinha árvore de Natal.
Dormiu muito tarde para ver se conseguia pegar aquele velhinho no "flagra", mas como o sono era maior do que sua vontade, dormiu profundamente.
Na manhã de Natal observou que seu pé de meia não estava lá, e que não havia presente algum em toda a sua casa. Seu pai, desempregado, com os olhos cheios de água, observava atentamente seu filho, e esperava tomar coragem para falar que o seu sonho não existia. E, com muita dor no coração, o chamou:
- Alfredo, meu filho, venha cá!
Mas antes mesmo do pai começar a falar ...
- Papai?
- Pois não, meu filho?
- O Papai Noel se esqueceu de mim ...
Falando isso, Alfredo abraçou seu pai e os dois se puseram a chorar. Então, Alfredo falou:
- Ele também esqueceu do senhor, papai?
- Não, meu filho. O melhor presente que eu poderia ter ganho na vida está em meus braços ... e fique tranquilo, pois eu sei que o Papai Noel não esqueceu de você.
- Mas todas as outras crianças vizinhas estão brincando com seus presentes. Ele pulou a nossa casa...
- Não pulou, não... O seu presente está te abraçando agora, e vai te levar para um dos melhores passeios da sua vida!
E, assim, foram para um parque onde Alfredo brincou com seu pai durante o resto do dia, voltando somente no começo da noite para casa.
Chegando em casa muito sonolento, Alfredo foi para o seu quarto, e "escreveu" para o Papai Noel:
- "Querido Papai Noel, eu sei que é cedo demais para escrever e pedir alguma coisa, mas quero agradecer o presente que o senhor me deu. Desejo que todos os Natais sejam como este. Faça com que meu pai esqueça de seus problemas, e que ele possa se distrair comigo, passando uma tarde maravilhosa como a de hoje.
Obrigado pela minha vida, pois descobri que não são com brinquedos que somos felizes, e sim com o verdadeiro sentimento que está dentro de nós, que o senhor desperta nos Natais. De quem te agradece por tudo, Alfredo."
E foi dormir...
Entrando no quarto para dar boa noite ao seu filho, o pai de Alfredo viu a cartinha e, a partir desse dia, não deixou que os seus problemas afetassem a felicidade dele, e começou a fazer com que todo dia fosse Dia de Natal para ambos.
Desconheço a autoria.
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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Exportar ou cancelar?
Um dia, um grande fabricante de calçados resolveu exportar sapatos para a Índia. E, para verificar a viabiliade do negócio, contratou dois consultores e os enviou à capital daquele país.
Depois de alguns dias de estudo, um dos consultores enviou o seguinte fax para a direção da indústria:
“Senhores, cancelem imediatamente o projeto de exportação de sapatos para a Índia. Aqui ninguém usa sapatos.”
Sem saber desse fax, alguns dias depois o segundo consultor mandou o seu:
“Senhores, tripliquem, quadrupliquem, quintupliquem o projeto da exportação de sapatos para a Índia. Aqui ninguém usa sapatos … ainda!”
Moral da História:
Enquanto os pessimistas encontram somente impossibilidades, os otimistas encontram oportunidades.
E você? Vai exportar sapatos para a Índia?
Depois de alguns dias de estudo, um dos consultores enviou o seguinte fax para a direção da indústria:
“Senhores, cancelem imediatamente o projeto de exportação de sapatos para a Índia. Aqui ninguém usa sapatos.”
Sem saber desse fax, alguns dias depois o segundo consultor mandou o seu:
“Senhores, tripliquem, quadrupliquem, quintupliquem o projeto da exportação de sapatos para a Índia. Aqui ninguém usa sapatos … ainda!”
Moral da História:
Enquanto os pessimistas encontram somente impossibilidades, os otimistas encontram oportunidades.
E você? Vai exportar sapatos para a Índia?
Autoria desconhecida.
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Pedaços de amizade
Amizades são feitas de pedacinhos. Pedacinhos de tempo que vivemos com cada pessoa.
Não importa a quantidade de tempo que passamos com cada amigo, mas a qualidade do tempo que vivemos com cada pessoa. Cinco minutos podem ter uma importância muito maior do que um dia inteiro.
Assim, há amizades que são feitas de risos e dores compartilhados; outras de escola; outras de saídas, cinemas, diversões; há ainda aquelas que nascem e a gente nem sabe de quê, mas que estão presentes. Talvez essas sejam feitas de silêncios compreendidos, ou de simpatia mútua sem explicação.
Hoje em dia muitas amizades são feitas só de e-mails e essas não são menos importantes. São as famosas "amizades virtuais." Diferentes até, mas não menos importantes.
Aprendemos a amar as pessoas sem que possamos julgá-las pela sua aparência ou modo de ser, sem que possamos (e fazemos isso inconscientemente às vezes) etiquetá-las. Há amizades muito profundas que são criadas assim.
Saint-Exupéry disse:
"Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante."
E eu digo que é o tempo que ganhamos com cada amigo que faz cada amigo tão importante. Porque tempo gasto com amigos é tempo ganho, aproveitado, lembranças para cinco minutos depois ou anos até.
Um amigo se torna importante para nós, e nós para ele, quando somos capazes, mesmo na sua ausência, de rir ou chorar, de sentir saudade e nesse instante trazer o outro bem pertinho da gente. Dessa forma, podemos ter vários melhores amigos de diferentes maneiras.
O importante é saber aproveitar ao máximo cada minuto vivido e ter depois, no baú das recordações, horas para passar com os amigos, mesmo quando estes estiverem longe dos nossos olhos.
Letícia Thompson.
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sábado, 10 de dezembro de 2011
Trapezistas
Como é belo sermos trapezistas nesse circo em que nossa vida se transforma! Às vezes estamos na corda bamba, às vezes fazemos papel de palhaços, às vezes rimos dos palhaços que nem sabem que são, outras vezes rimos de nós mesmos, e ainda muitas vezes enfrentamos feras no picadeiro...
Mas vivemos sempre lá em cima, trapezistas da nossa própria existência, bailarinos da nossa própria esperança. Muitas vezes tiramos até as redes de proteção para que o risco seja maior que o riso, para que nossos saltos sejam mais emocionantes e mais altos, para que a aventura seja ainda mais perfeita e mais profunda.
E se um dia voarmos de encontro ao chão, isso não terá nenhuma importância maior, porque também viveremos a emoção da própria queda.
Quem cai por amor à vida, cai sempre para cima!
Edson Marques.
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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Crise
Não podemos querer que as coisas mudem se sempre fazemos a mesma coisa. A crise é a maior benção que pode acontecer às pessoas e aos países, porque a crise traz progressos.
A criatividade nasce da angústia assim como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem os inventos, os descobrimentos e as grandes estratégias.
Quem supera a crise supera a si mesmo sem ter sido superado. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções.
A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a dificuldade para encontrar as saídas e as soluções.
Sem crises não há desafios, sem desafios a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crises não há méritos. É na crise que aflora o melhor de cada um, porque sem crise todo vento é uma carícia.
Falar da crise é promovê-la; calar-se na crise é exaltar o conformismo. Em vez disto, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.
Albert Einstein.
A criatividade nasce da angústia assim como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem os inventos, os descobrimentos e as grandes estratégias.
Quem supera a crise supera a si mesmo sem ter sido superado. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções.
A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a dificuldade para encontrar as saídas e as soluções.
Sem crises não há desafios, sem desafios a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crises não há méritos. É na crise que aflora o melhor de cada um, porque sem crise todo vento é uma carícia.
Falar da crise é promovê-la; calar-se na crise é exaltar o conformismo. Em vez disto, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.
Albert Einstein.
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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Respeito
Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.
Ele se vira para o chinês e pergunta:
- “Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?”
E o chinês responde:
- “Sim, quando o seu vier cheirar as flores!”
Respeitar as opções do outro, em qualquer aspecto, é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente, e pensam diferente. Nunca julgue, apenas respeite!!
Desconheço o autor.
Ele se vira para o chinês e pergunta:
- “Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?”
E o chinês responde:
- “Sim, quando o seu vier cheirar as flores!”
Respeitar as opções do outro, em qualquer aspecto, é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente, e pensam diferente. Nunca julgue, apenas respeite!!
Desconheço o autor.
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terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Segredos do mar
Quando chega o verão, os humanos sentem-se atraídos pelo mar.
Multidões reúnem-se nas praias de todo o mundo em busca de um contato com as ondas do mar que lhes dão prazer e descanso.
No entanto, a presença do ser humano deixa o seu rasto fatal nas areias da praia. Milhões de sacos e plásticos de todo o tipo são largados na costa e o vento e as marés encarregam-se de os arrastar para o mar.
Sabia que um simples saco plástico pode navegar várias dezenas de anos sem se degradar?
O pior é que as tartarugas marinhas os confundem com medusas e alforrecas e comem-nos, afogando-se na tentativa de as engolir. Milhares de golfinhos também se confundem e morrem afogados.
Eles não têm capacidade para reconhecer os lixos dos humanos, confundem-se, simplesmente, até porque, para eles, "tudo o que flutua no mar se come".
Sabia que a tampa plástica de uma garrafa, de maior consistência do que o saco plástico, pode permanecer inalterada navegando nas águas do mar por mais de um século?
O Dr. James Ludwing, estudioso da vida do albatroz na ilha de Midway, no Pacífico, a muitas milhas dos centros povoados, fez uma descoberta espantosa.
Quando começou a recolher o conteúdo do estômago de oito filhotes de albatrozes mortos, encontrou 42 tampinhas plásticas de garrafa, 18 isqueiros e outros restos flutuantes que, na sua maioria, eram pequenos pedaços de plástico.
Esses filhotes tinham sido alimentados pelos seus pais que não tinham conseguido fazer a distinção dos desperdícios no momento de escolher o alimento.
Na próxima vez que você for à praia, talvez encontre na areia o lixo que outra pessoa ali deixou.
Não foi lixo deixado por você, porém, é TUA PRAIA, é o TEU MAR, é o TEU MUNDO e deves fazer algo por eles.
Muitos pais jogam com seus filhos o jogo de: "Vamos ver quem consegue juntar a maior quantidade de plásticos?" como forma de uma inesquecível lição de ecologia.
Outros, em silêncio, recolhem um plástico abandonado e levam-no para casa, para o local certo desse lixo. Você vai vê-los passar, sorridentes, sabendo que salvaram um golfinho.
"Não se pode defender o que não se ama e não se pode amar o que não se conhece."
Custa tão pouco, pelo muito que a Natureza nos dá. A Natureza somos nós, e nós dependemos da Natureza.
Pense nisso e aja!
Instituto PURA - Porto Alegre - RS
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Otimismo
Quer saber por que o otimismo conduz à vitória e o pessimismo conduz à fraqueza e ao fracasso? Por razões óbvias e simples: ninguém gosta de conviver com gente pessimista, triste, reclamona... Ninguém! Só os pessimistas de carteirinha!
Seja inteligente, então, pô! Opte pela alegria, pelo sorriso, pela esperança, pelo otimismo!
Deixe que o poder do Espírito brilhe em você e através de você, criando à sua volta um mundo de beleza, paz e harmonia. Você pode, sim, criar um mundo exatamente assim para você mesmo e a todos que se aproximarem de sua pessoinha!
Se a sua visão do mundo é otimista, você poderá animar as pessoas que estão por perto, dando a todas elas, através de seu exemplo, esperança, fé e crença na vida.
Ao longo de sua existência você tem proporcionado essas 3 coisinhas para as pessoas? Ou você é do tipo que pensa na dor, na doença, que nem tem tempo de desejar prosperidade para você e para os outros? Seja otimista a maior parte do seu tempo e permaneça ligada à Fonte da Vida!
O seu otimismo vai atrair mais otimismo e crescerá como uma bola de neve. Há sempre uma esperança, mesmo que seja só uma pequena e hesitante chama no começo. Cercada de mais esperança e amor, aquela pequena chama se transformará numa fogueira e continuará crescendo até que você esteja inflamado com o combustível certo e seguro, que é imperecível e inesgotável. Quem consegue segurar alguém inflado pelo fogo do amor?
Luis Carlos Mazzini.
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domingo, 4 de dezembro de 2011
A escola dos bichos
Conta-se que vários bichos decidiram fundar uma escola. Para isso reuniram-se e começaram a escolher as disciplinas.
O Pássaro insistiu para que houvesse aulas de vôo. O Esquilo achou que a subida perpendicular em árvores era fundamental. E o Coelho queria, de qualquer jeito, que a corrida fosse incluída.
E assim foi feito, incluíram tudo, mas cometeram um grande erro: insistiram para que todos os bichos praticassem todos os cursos oferecidos.
O Coelho foi magnífico na corrida, ninguém corria como ele. Mas queriam ensiná-lo a voar. Colocaram-no numa árvore e disseram: "Voa, Coelho". Ele saltou lá de cima e "plaft"... coitadinho! Quebrou as pernas. O Coelho não aprendeu a voar e acabou sem poder correr também.
O Pássaro voava como nenhum outro, mas o obrigaram a cavar buracos como uma topeira. Quebrou o bico e as asas, e depois não conseguia voar tão bem, e nem mais cavar buracos.
Sabe de uma coisa?
Todos nós somos diferentes uns dos outros e cada um tem uma ou mais qualidades próprias dadas por Deus.
Não podemos exigir ou forçar para que as outras pessoas sejam parecidas conosco ou tenham as nossas qualidades.
Se assim agirmos, acabaremos fazendo com que elas sofram e, no final, elas poderão não ser o que queríamos que fossem, e ainda pior, elas poderão não mais fazer o que faziam bem feito.
Respeitar as diferenças é amar as pessoas como elas são.
O Pássaro insistiu para que houvesse aulas de vôo. O Esquilo achou que a subida perpendicular em árvores era fundamental. E o Coelho queria, de qualquer jeito, que a corrida fosse incluída.
E assim foi feito, incluíram tudo, mas cometeram um grande erro: insistiram para que todos os bichos praticassem todos os cursos oferecidos.
O Coelho foi magnífico na corrida, ninguém corria como ele. Mas queriam ensiná-lo a voar. Colocaram-no numa árvore e disseram: "Voa, Coelho". Ele saltou lá de cima e "plaft"... coitadinho! Quebrou as pernas. O Coelho não aprendeu a voar e acabou sem poder correr também.
O Pássaro voava como nenhum outro, mas o obrigaram a cavar buracos como uma topeira. Quebrou o bico e as asas, e depois não conseguia voar tão bem, e nem mais cavar buracos.
Sabe de uma coisa?
Todos nós somos diferentes uns dos outros e cada um tem uma ou mais qualidades próprias dadas por Deus.
Não podemos exigir ou forçar para que as outras pessoas sejam parecidas conosco ou tenham as nossas qualidades.
Se assim agirmos, acabaremos fazendo com que elas sofram e, no final, elas poderão não ser o que queríamos que fossem, e ainda pior, elas poderão não mais fazer o que faziam bem feito.
Respeitar as diferenças é amar as pessoas como elas são.
Rosana Rizzuti.
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sábado, 3 de dezembro de 2011
Olhar
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.
Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai, enfim, alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos.
E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E, quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- “Me ajuda a olhar!”
Eduardo Galeano, em “O Livro dos Abraços”.
Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai, enfim, alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos.
E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E, quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- “Me ajuda a olhar!”
Eduardo Galeano, em “O Livro dos Abraços”.
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Mudanças
Uma pequenina mudança hoje acarreta-nos um amanhã profundamente diferente. São grandes as recompensas para aqueles que optam pelos caminhos duros e difíceis, mas essas recompensas acham-se ocultas pelos anos.
Toda escolha é feita inteiramente às cegas e o mundo não nos dá garantia alguma. A única maneira de evitar todas as escolhas assustadoras consiste em deixar a sociedade e tornar-se um ermitão, e também isso é uma escolha assustadora.
O bom caráter advém de seguirmos nosso supremo senso de retidão, de confiarmos nos ideais sem querer estarmos certos de que darão certo.
Um dos desafios de nossa aventura na terra consiste em nos elevarmos acima de sistemas mortos: guerras, religiões, nações, destruições… recusarmos a fazer parte deles e, em vez disso, exprimirmos o que temos de melhor dentro de nós. Não importa qual seja nossa habilitação ou nosso merecimento, nunca alcançaremos uma vida melhor até conseguirmos imaginá-la para nós próprios e permitir-nos tê-la.
Deus sabe que isso é verdade!
Toda escolha é feita inteiramente às cegas e o mundo não nos dá garantia alguma. A única maneira de evitar todas as escolhas assustadoras consiste em deixar a sociedade e tornar-se um ermitão, e também isso é uma escolha assustadora.
O bom caráter advém de seguirmos nosso supremo senso de retidão, de confiarmos nos ideais sem querer estarmos certos de que darão certo.
Um dos desafios de nossa aventura na terra consiste em nos elevarmos acima de sistemas mortos: guerras, religiões, nações, destruições… recusarmos a fazer parte deles e, em vez disso, exprimirmos o que temos de melhor dentro de nós. Não importa qual seja nossa habilitação ou nosso merecimento, nunca alcançaremos uma vida melhor até conseguirmos imaginá-la para nós próprios e permitir-nos tê-la.
Deus sabe que isso é verdade!
Richard Bach, do livro “Fugindo do Ninho”.
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Pequenas felicidades
Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas que estão diante de cada janela, uns dizem que as coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar para vê-las assim.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas que estão diante de cada janela, uns dizem que as coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar para vê-las assim.
Desconheço autoria.
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terça-feira, 29 de novembro de 2011
Razões para sorrir
“Como é que consegue estar sempre sorrindo, o que faz para estar sempre tão contente?”, perguntaram não há muito tempo a uma mulher famosa e bastante sensata.
E ela explicou que também tinha, como todo a gente, os seus momentos de tristeza, de cansaço, de inquietude, de mal-estar.
- “Mas conheço o remédio para esses momentos: sair de mim mesma, interessar-me pelos demais, compreender que aqueles que nos rodeiam têm o direito de nos ver alegres.
Penso que quando sorrio e me mostro alegre passo felicidade aos demais. E, ao passar essa felicidade, acontece como que um reflexo, que traz mais felicidade para dentro de mim também.
Creio que quem não está sempre somente preocupado com sua própria felicidade e se dedica a ajudar na procura da felicidade dos outros, acaba por encontrar a sua própria, assim, quase sem se dar conta! Por isso, as pessoas que se esforçam por sorrir mesmo sem motivos, acabam por ter motivos para sorrir”.
- “E isso não é vontade de se enganar a si mesmo? Para sorrir você deve alcançar um estado tal que a alegria possa invadir o seu coração. Caso contrário, isso é como uma máscara, é falso”.
- “O bom humor é uma vitória sobre o próprio medo e a própria debilidade. As pessoas mal humoradas escondem sua insegurança ou sua angústia atrás de um semblante brusco e distante, e com o tempo isso acaba tornando-se um hábito e se converte em um traço de seu carácter. Quando isso acontece, é bem mais difícil que o bom humor saia naturalmente, mas isto só ocorre porque esta pessoa alterou o que é da própria natureza humana, ou seja, a alegria. Desta forma, deverá esta pessoa sair desse círculo vicioso, e isto não será antinatural, muito pelo contrário, é o que pede a natureza.
Mas fala dos efeitos de medos e debilidades, e medos e debilidades todos temos… Precisamente por isso, a diferença entre uns e outros está no modo de os enfrentar. O sensato é fazê-lo com um pouco de bom humor, rindo-se um pouco de si mesmo se for necessário.
Tudo o que se faz sorrindo sempre nos ajuda a sermos mais humanos, a moderar as nossas tendências, a sermos mais capazes de compreender os demais e até a nós mesmos.
É uma grande sorte ter ao redor pessoas que sabem sorrir. E o sorriso é algo que cada um tem que construir pacientemente na sua vida”.
- “Construir? Com quê?”
- “Com equilíbrio interior, aceitando a realidade da vida, querendo aos demais, saindo de si mesmo, esforçando-se por sorrir, mesmo que não tenha muita vontade como já dissemos antes. É algo que deve ser praticado com constância”.
- “Mas não se pode encarar tudo na vida com bom humor. Existem muitas coisas que não têm nenhuma graça…”
- “Mas, mesmo que não tenham nenhuma graça, sempre se pode tirar delas algum ensinamento, algum bem, mesmo que seja difícil de encontrar e demoremos anos para entender. Em algumas situações, pode ser útil desenvolver a capacidade de aplicar o bom humor para neutralizar a carga trágica das contrariedades”.
E ela explicou que também tinha, como todo a gente, os seus momentos de tristeza, de cansaço, de inquietude, de mal-estar.
- “Mas conheço o remédio para esses momentos: sair de mim mesma, interessar-me pelos demais, compreender que aqueles que nos rodeiam têm o direito de nos ver alegres.
Penso que quando sorrio e me mostro alegre passo felicidade aos demais. E, ao passar essa felicidade, acontece como que um reflexo, que traz mais felicidade para dentro de mim também.
Creio que quem não está sempre somente preocupado com sua própria felicidade e se dedica a ajudar na procura da felicidade dos outros, acaba por encontrar a sua própria, assim, quase sem se dar conta! Por isso, as pessoas que se esforçam por sorrir mesmo sem motivos, acabam por ter motivos para sorrir”.
- “E isso não é vontade de se enganar a si mesmo? Para sorrir você deve alcançar um estado tal que a alegria possa invadir o seu coração. Caso contrário, isso é como uma máscara, é falso”.
- “O bom humor é uma vitória sobre o próprio medo e a própria debilidade. As pessoas mal humoradas escondem sua insegurança ou sua angústia atrás de um semblante brusco e distante, e com o tempo isso acaba tornando-se um hábito e se converte em um traço de seu carácter. Quando isso acontece, é bem mais difícil que o bom humor saia naturalmente, mas isto só ocorre porque esta pessoa alterou o que é da própria natureza humana, ou seja, a alegria. Desta forma, deverá esta pessoa sair desse círculo vicioso, e isto não será antinatural, muito pelo contrário, é o que pede a natureza.
Mas fala dos efeitos de medos e debilidades, e medos e debilidades todos temos… Precisamente por isso, a diferença entre uns e outros está no modo de os enfrentar. O sensato é fazê-lo com um pouco de bom humor, rindo-se um pouco de si mesmo se for necessário.
Tudo o que se faz sorrindo sempre nos ajuda a sermos mais humanos, a moderar as nossas tendências, a sermos mais capazes de compreender os demais e até a nós mesmos.
É uma grande sorte ter ao redor pessoas que sabem sorrir. E o sorriso é algo que cada um tem que construir pacientemente na sua vida”.
- “Construir? Com quê?”
- “Com equilíbrio interior, aceitando a realidade da vida, querendo aos demais, saindo de si mesmo, esforçando-se por sorrir, mesmo que não tenha muita vontade como já dissemos antes. É algo que deve ser praticado com constância”.
- “Mas não se pode encarar tudo na vida com bom humor. Existem muitas coisas que não têm nenhuma graça…”
- “Mas, mesmo que não tenham nenhuma graça, sempre se pode tirar delas algum ensinamento, algum bem, mesmo que seja difícil de encontrar e demoremos anos para entender. Em algumas situações, pode ser útil desenvolver a capacidade de aplicar o bom humor para neutralizar a carga trágica das contrariedades”.
Alfonso Alguiló.
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segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Quebra-cabeça
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas.
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar.
Vendo que seria impossível demovê-lo da ideia, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção.
De repente deparou-se com o mapa do mundo em uma revista! Era justamente o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:
- “Você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo partido. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Faça tudo sozinho”.
Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Porém, algumas horas depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
- “Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!”
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Mas, para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como era possível? Como o menino havia sido capaz?
- “Você não sabia como era o mundo, meu filho, mas mesmo assim você conseguiu? Como?”
- “Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo”.
Autoria desconhecida.
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domingo, 27 de novembro de 2011
Uma pedra no caminho
Em tempos bem antigos, um rei colocou uma pedra enorme no meio de uma estrada. Então, ele se escondeu e ficou observando para ver se alguém tiraria a imensa rocha do caminho.
Alguns mercadores e homens muito ricos do reino passaram por ali e, simplesmente, deram a volta pela pedra. Alguns até esbravejaram contra o rei dizendo que ele não mantinha as estradas limpas, mas nenhum deles tentou sequer mover a pedra dali.
De repente, passa um camponês com uma boa carga de vegetais. Ao se aproximar da imensa rocha, ele pôs de lado a sua carga e tentou remover a rocha dali. Após muita força e suor, ele finalmente conseguiu mover a pedra para o lado da estrada. Ele, então, voltou a pegar a sua carga de vegetais, mas, antes de continuar seu caminho, notou que havia uma bolsa no local onde estava a pedra.
A bolsa continha muitas moedas de ouro e uma nota escrita pelo próprio rei que dizia que o ouro era para a pessoa que tivesse removido a pedra do caminho. O camponês aprendeu o que muitos de nós nunca entendeu:
“Todo obstáculo contêm uma oportunidade para melhorarmos nossa condição”.
Desconheço a autoria.
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Alguns mercadores e homens muito ricos do reino passaram por ali e, simplesmente, deram a volta pela pedra. Alguns até esbravejaram contra o rei dizendo que ele não mantinha as estradas limpas, mas nenhum deles tentou sequer mover a pedra dali.
De repente, passa um camponês com uma boa carga de vegetais. Ao se aproximar da imensa rocha, ele pôs de lado a sua carga e tentou remover a rocha dali. Após muita força e suor, ele finalmente conseguiu mover a pedra para o lado da estrada. Ele, então, voltou a pegar a sua carga de vegetais, mas, antes de continuar seu caminho, notou que havia uma bolsa no local onde estava a pedra.
A bolsa continha muitas moedas de ouro e uma nota escrita pelo próprio rei que dizia que o ouro era para a pessoa que tivesse removido a pedra do caminho. O camponês aprendeu o que muitos de nós nunca entendeu:
“Todo obstáculo contêm uma oportunidade para melhorarmos nossa condição”.
Desconheço a autoria.
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sábado, 26 de novembro de 2011
Ouça seu coração
Ouça com muita atenção, com muita consciência e você nunca errará. E, ouvindo o seu coração, você começará a seguir na direção certa, sem mesmo pensar no que é certo ou errado.
E seguí-lo, onde quer que ele o leve.
Sim, algumas vezes ele o deixará frente a frente com alguns perigos – mas, lembre-se, esses perigos são necessários para que você amadureça.
Outras vezes, ele o fará se extraviar – mas, lembre-se mais uma vez, errar o caminho faz parte do crescimento.
Muitas vezes você cairá – torne a levantar-se, porque é assim que se reúnem forças, caindo e levantando-se novamente.
É assim que se fica integrado...
Mas não siga regras impostas pelo mundo exterior. Nunca imite, seja sempre original. Não vire uma cópia em papel carbono. Mas é isso o que está acontecendo no mundo todo – cópias e cópias em papel carbono.
Cristo é Cristo, Buda é Buda, Krishna é Krishna, e você é você. E você não é, de maneira nenhuma, menos do que ninguém. Respeite-se, respeite sua voz interior e siga-a.
E lembre-se: não estou garantindo a você que essa voz sempre o levará ao lugar certo. Muitas vezes ela o levará ao lugar errado, pois, para encontrar a porta certa, é preciso bater primeiro em muitas portas erradas. É assim que as coisas são.
Se você topar, de repente, com a porta certa, não será capaz de reconhecer se ela é a certa. Portanto, lembre-se de que, no final das contas, nenhum esforço é jamais desperdiçado; todos os esforços contribuem para o apogeu do seu crescimento.
Portanto, não hesite, não fique tão preocupado quando cometer um erro.
Isso é um problema: ensinam às pessoas a nunca fazer nada errado, e então elas hesitam; ficam tão receosas, tão apavoradas com a possibilidade de fazer alguma coisa errada, que ficam empacadas. Não conseguem sair do lugar, alguma coisa pode dar errado. Então, ficam como pedras, perdem todos os movimentos.
Cometa tantos erros quanto possível! Lembre-se apenas de não cometer o mesmo erro duas vezes. E você estará crescendo.
Osho.
E seguí-lo, onde quer que ele o leve.
Sim, algumas vezes ele o deixará frente a frente com alguns perigos – mas, lembre-se, esses perigos são necessários para que você amadureça.
Outras vezes, ele o fará se extraviar – mas, lembre-se mais uma vez, errar o caminho faz parte do crescimento.
Muitas vezes você cairá – torne a levantar-se, porque é assim que se reúnem forças, caindo e levantando-se novamente.
É assim que se fica integrado...
Mas não siga regras impostas pelo mundo exterior. Nunca imite, seja sempre original. Não vire uma cópia em papel carbono. Mas é isso o que está acontecendo no mundo todo – cópias e cópias em papel carbono.
Cristo é Cristo, Buda é Buda, Krishna é Krishna, e você é você. E você não é, de maneira nenhuma, menos do que ninguém. Respeite-se, respeite sua voz interior e siga-a.
E lembre-se: não estou garantindo a você que essa voz sempre o levará ao lugar certo. Muitas vezes ela o levará ao lugar errado, pois, para encontrar a porta certa, é preciso bater primeiro em muitas portas erradas. É assim que as coisas são.
Se você topar, de repente, com a porta certa, não será capaz de reconhecer se ela é a certa. Portanto, lembre-se de que, no final das contas, nenhum esforço é jamais desperdiçado; todos os esforços contribuem para o apogeu do seu crescimento.
Portanto, não hesite, não fique tão preocupado quando cometer um erro.
Isso é um problema: ensinam às pessoas a nunca fazer nada errado, e então elas hesitam; ficam tão receosas, tão apavoradas com a possibilidade de fazer alguma coisa errada, que ficam empacadas. Não conseguem sair do lugar, alguma coisa pode dar errado. Então, ficam como pedras, perdem todos os movimentos.
Cometa tantos erros quanto possível! Lembre-se apenas de não cometer o mesmo erro duas vezes. E você estará crescendo.
Osho.
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quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Cinco minutos
No parque, uma mulher sentou-se ao lado de um homem. Ela disse:
- “Aquele ali é meu filho, o de suéter vermelho deslizando no escorregador”.
- “Um bonito garoto” – respondeu o homem. E completou:
- “Aquela de vestido branco, pedalando a bicicleta, é minha filha”.
Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua filha.
- “Melissa, o que você acha de irmos?”
E Melissa suplicou:
- “Mais cinco minutos, pai. Por favor. Só mais cinco minutos!”
O homem concordou e Melissa continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração.
Os minutos se passaram, o pai levantou-se e novamente chamou sua filha:
- “Hora de irmos, agora?”
Mas, outra vez Melissa pediu:
- “Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutos!”
O homem sorriu e disse:
- “Está certo!”
- “O senhor é certamente um pai muito paciente” – comentou a mulher ao seu lado.
O homem sorriu e disse:
- “O irmão mais velho de Melissa foi morto no ano passado por um motorista bêbado, quando brincava em sua bicicleta, perto daqui. Eu nunca passei muito tempo com meu filho e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele. Eu me prometi não cometer o mesmo erro com Melissa. Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta. Na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-la brincar!”
Em tudo na vida estabelecemos prioridades. Quais são as suas?
Lembre-se: nem tudo o que é importante é prioritário, e nem tudo o que é necessário é indispensável!
Dê hoje, a alguém que você ama, mais cinco minutos de seu tempo!
Autor desconhecido.
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Presentes
Era uma vez um garoto que nasceu com uma doença que não tinha cura. Tinha 17 anos e podia morrer a qualquer momento. Sempre viveu na casa de seus pais, sob o cuidado constante de sua mãe.
Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou pela sua quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam. Ao passar por uma loja de discos, notou a presença de uma garota, mais ou menos da sua idade, que parecia ser feita de ternura e beleza. Foi amor à primeira vista.
Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada. Aproximando-se timidamente, chegou ao balcão onde ela estava. Quando o viu, ela deu-lhe um sorriso e perguntou se podia ajudá-lo em alguma coisa.
Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um CD. Pegou o primeiro que encontrou, sem nem olhar de quem era e disse:
- “Este aqui…”
- “Quer que eu embrulhe para presente?” – perguntou a moça, sorrindo ainda mais. Ele balançou a cabeça para dizer que sim e disse:
- “É para mim mesmo, mas eu gostaria que você embrulhasse”.
Ela saiu do balcão e voltou pouco depois com o CD muito bem embalado. Ele pegou o pacote, pagou e saiu, louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina.
Daquele dia em diante, todos as tardes voltava à loja de discos e comprava um CD qualquer. Todas as vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava no armário, sem sequer abrir. Ele estava apaixonado, mas tinha medo da reação dela e assim, por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem de convidá-la para sair e conversar. Comentou sobre isso com sua mãe e ela o incentivou a chamá-la para sair.
Um dia ele se encheu de coragem e foi para a loja. Como todos os dias, comprou outro CD e, como sempre, ela foi embrulhá-lo. Quando ela não estava vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo.
No dia seguinte o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu. Era a garota perguntando por ele. A mãe, desconsolada, nem perguntou quem era, começou a soluçar e disse:
- “Então, você não sabe? Ele faleceu esta manhã”.
Mais tarde, após o enterro do filho, a mãe entrou no quarto dele, ficou olhando os objetos, livros, abriu o armário para olhar suas roupas e ficou muito surpresa com a quantidade de CDs, todos embrulhados. Ficou curiosa e decidiu abrir um deles. Ao fazê-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito:
- “Você é muito simpático! Não quer me convidar para sair? Eu adoraria…”
Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que dizia o mesmo, e assim todos quantos ela abria traziam uma mensagem de carinho e a esperança de conhecer o rapaz.
Assim é a vida: não espere demais para dizer a alguém especial aquilo que você sente. Diga-o já … amanhã pode ser muito tarde!
Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou pela sua quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam. Ao passar por uma loja de discos, notou a presença de uma garota, mais ou menos da sua idade, que parecia ser feita de ternura e beleza. Foi amor à primeira vista.
Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada. Aproximando-se timidamente, chegou ao balcão onde ela estava. Quando o viu, ela deu-lhe um sorriso e perguntou se podia ajudá-lo em alguma coisa.
Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um CD. Pegou o primeiro que encontrou, sem nem olhar de quem era e disse:
- “Este aqui…”
- “Quer que eu embrulhe para presente?” – perguntou a moça, sorrindo ainda mais. Ele balançou a cabeça para dizer que sim e disse:
- “É para mim mesmo, mas eu gostaria que você embrulhasse”.
Ela saiu do balcão e voltou pouco depois com o CD muito bem embalado. Ele pegou o pacote, pagou e saiu, louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina.
Daquele dia em diante, todos as tardes voltava à loja de discos e comprava um CD qualquer. Todas as vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava no armário, sem sequer abrir. Ele estava apaixonado, mas tinha medo da reação dela e assim, por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem de convidá-la para sair e conversar. Comentou sobre isso com sua mãe e ela o incentivou a chamá-la para sair.
Um dia ele se encheu de coragem e foi para a loja. Como todos os dias, comprou outro CD e, como sempre, ela foi embrulhá-lo. Quando ela não estava vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo.
No dia seguinte o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu. Era a garota perguntando por ele. A mãe, desconsolada, nem perguntou quem era, começou a soluçar e disse:
- “Então, você não sabe? Ele faleceu esta manhã”.
Mais tarde, após o enterro do filho, a mãe entrou no quarto dele, ficou olhando os objetos, livros, abriu o armário para olhar suas roupas e ficou muito surpresa com a quantidade de CDs, todos embrulhados. Ficou curiosa e decidiu abrir um deles. Ao fazê-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito:
- “Você é muito simpático! Não quer me convidar para sair? Eu adoraria…”
Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que dizia o mesmo, e assim todos quantos ela abria traziam uma mensagem de carinho e a esperança de conhecer o rapaz.
Assim é a vida: não espere demais para dizer a alguém especial aquilo que você sente. Diga-o já … amanhã pode ser muito tarde!
Desconheço a autoria.
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terça-feira, 22 de novembro de 2011
Valorize o que você tem
O dono de um pequeno comércio, amigo do poeta Olavo Bilac, uma das maiores figuras do parnasianismo brasileiro, abordou-o na rua:
- “Senhor Bilac, preciso vender meu sítio, aquele que o senhor conhece tão bem”, disse. “Será que poderia me ajudar, redigindo um anúncio para o jornal?”
Bilac apanhou o papel e escreveu:
“Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes na varanda”.
Meses depois, Bilac voltou a encontrar o homem e perguntou se havia vendido o sítio.
- “Nem pensei mais nisso”, respondeu ele. “Quando li o anúncio percebi a maravilha que tinha. Às vezes desprezamos as coisas boas que possuímos e vamos atrás da miragem de falsos tesouros”.
Moral da estória:
Olhe em volta, valorize o que você tem, as pessoas amadas, os amigos com os quais pode de fato contar, o conhecimento que adquiriu, sua boa saúde e as belezas da vida, que são verdadeiramente seu mais precioso tesouro.
- “Senhor Bilac, preciso vender meu sítio, aquele que o senhor conhece tão bem”, disse. “Será que poderia me ajudar, redigindo um anúncio para o jornal?”
Bilac apanhou o papel e escreveu:
“Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes na varanda”.
Meses depois, Bilac voltou a encontrar o homem e perguntou se havia vendido o sítio.
- “Nem pensei mais nisso”, respondeu ele. “Quando li o anúncio percebi a maravilha que tinha. Às vezes desprezamos as coisas boas que possuímos e vamos atrás da miragem de falsos tesouros”.
Moral da estória:
Olhe em volta, valorize o que você tem, as pessoas amadas, os amigos com os quais pode de fato contar, o conhecimento que adquiriu, sua boa saúde e as belezas da vida, que são verdadeiramente seu mais precioso tesouro.
Autor desconhecido.
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segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Coisas que temos feito
Olhe para todos em seu redor e veja o que temos feito de nós.
Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não entendemos porque não queremos passar por tolos.
Temos amontoado coisas, coisas e coisas, mas não temos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não esteja catalogada.
Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construimos, tememos que sejam armadilhas.
Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo.
Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda.
Temos procurado nos salvar, mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de sermos inocentes.
Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de ciúme e de tantos outros contraditórios.
Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível.
Muitos de nós fazem arte por não saber como é fazer outra coisa.
Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada.
Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos o que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe.
Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses.
Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fui tolo” e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz.
Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos.
Temos chamado de fraqueza a nossa candura.
Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.
E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia…
Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não entendemos porque não queremos passar por tolos.
Temos amontoado coisas, coisas e coisas, mas não temos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não esteja catalogada.
Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construimos, tememos que sejam armadilhas.
Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo.
Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda.
Temos procurado nos salvar, mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de sermos inocentes.
Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de ciúme e de tantos outros contraditórios.
Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível.
Muitos de nós fazem arte por não saber como é fazer outra coisa.
Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada.
Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos o que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe.
Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses.
Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fui tolo” e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz.
Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos.
Temos chamado de fraqueza a nossa candura.
Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.
E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia…
Clarice Lispector.
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Cuidado com o amor!
O amor é maravilhoso, não é? É, responde a humanidade em coro. Mas por que será que as pessoas mudam de personalidade quando apaixonadas?
Um homem ao lado da mulher que ama é outra pessoa, alguém que nem a própria mãe seria capaz de reconhecer. Ele é capaz de dizer que não acha a menor graça em Angelina Jolie, que quem ama é sempre fiel e que para ele só existem duas coisas que realmente importam: ela - em primeiro lugar - e o time pelo qual torce.
Se você encontrar esse mesmo homem com dois amigos num bar, vai descobrir que se trata de outra pessoa, só pelo som das gargalhadas - que, aliás, serão muitas. Mas quando você chegar, fique certa de que o assunto vai mudar e o assunto vai ficar mais sério.
Quem ama se transforma em uma pessoa diferente, com outros gostos e outras opiniões, pelo menos quando estão juntos. E aquela mulher que, quando ouvia os primeiros compassos de uma música animada começava a mexer o corpo e a cantarolar a letra, hoje em dia, quando ouve o primeiro acorde fica surda, perde a memória e nem pensa nas lembranças que a música traz. E ele, que se apaixonou exatamente porque ela mexia não só o corpo, mas também o gelo do copo de uísque com o dedo, agora diz "vê se maneira na bebida"; e, quando olha para aquela mulher austera, não entende por que a vida já foi tão melhor.
Você já foi à praia com seu namorado, claro. Quando o romance começou, ele brincava e atiçava seus ciúmes com elogios às gostosas que passavam; e você ria, no máximo lhe dava um beliscão leve e amoroso, tão segura estava do seu amor. Agora, se encontrar uma revista de mulher pelada no carro, é capaz de ficar de tromba por uma semana. Você conseguiu transformá-lo num marido, e se transformou numa esposa, e por nada no mundo faria um "strip" para ele, como já fez; certas coisas não são para serem feitas de aliança no dedo.
Tente ir a um restaurante com um casal apaixonado: é praticamente impossível, pois o mundo deles é outro, e nele não há lugar para pessoas normais. Os assuntos são completamente diferentes dos que quando estão sozinhos e, sobretudo, as opiniões. Casais costumam votar no mesmo candidato, e poucas mulheres seriam capazes de declarar que vão votar em Gabeira, se o voto dos maridos vai para Crivella. Raras, eu diria.
Vá com seu marido a um show em que as mulheres aparecem com os seios de fora. Nervoso ele vai ficar - todos ficam - mas depois do primeiro momento (e do seu primeiro olhar para ele), lembrará que você virou "a patroa" e vai ficar com cara de quem está olhando uma paisagem. Mas faça uma experiência e proponha irem a uma praia de nudistas: um homem das cavernas vai surgir de dentro daquele que te encantava quando passava a mão nas suas pernas no carro, no meio do trânsito.
Mas quando ela vai almoçar com duas amigas, na segunda caipirinha volta a ser a mulher divertida que era antes, e que não é mais; não quando está com ele.
Onde foi parar esse homem? Onde foi parar aquela mulher que vivia feliz e risonha, que não queria nada da vida a não ser ficar com ele, agarrada, apaixonada? Quem ama não mata - não com uma faca ou com um revólver - mas costuma fazer desaparecer a pessoa que conheceu e por quem se apaixonou, o que é uma forma de matar. Ou mata a si próprio.
Se você encontrar esse mesmo homem com dois amigos num bar, vai descobrir que se trata de outra pessoa, só pelo som das gargalhadas - que, aliás, serão muitas. Mas quando você chegar, fique certa de que o assunto vai mudar e o assunto vai ficar mais sério.
Quem ama se transforma em uma pessoa diferente, com outros gostos e outras opiniões, pelo menos quando estão juntos. E aquela mulher que, quando ouvia os primeiros compassos de uma música animada começava a mexer o corpo e a cantarolar a letra, hoje em dia, quando ouve o primeiro acorde fica surda, perde a memória e nem pensa nas lembranças que a música traz. E ele, que se apaixonou exatamente porque ela mexia não só o corpo, mas também o gelo do copo de uísque com o dedo, agora diz "vê se maneira na bebida"; e, quando olha para aquela mulher austera, não entende por que a vida já foi tão melhor.
Você já foi à praia com seu namorado, claro. Quando o romance começou, ele brincava e atiçava seus ciúmes com elogios às gostosas que passavam; e você ria, no máximo lhe dava um beliscão leve e amoroso, tão segura estava do seu amor. Agora, se encontrar uma revista de mulher pelada no carro, é capaz de ficar de tromba por uma semana. Você conseguiu transformá-lo num marido, e se transformou numa esposa, e por nada no mundo faria um "strip" para ele, como já fez; certas coisas não são para serem feitas de aliança no dedo.
Tente ir a um restaurante com um casal apaixonado: é praticamente impossível, pois o mundo deles é outro, e nele não há lugar para pessoas normais. Os assuntos são completamente diferentes dos que quando estão sozinhos e, sobretudo, as opiniões. Casais costumam votar no mesmo candidato, e poucas mulheres seriam capazes de declarar que vão votar em Gabeira, se o voto dos maridos vai para Crivella. Raras, eu diria.
Vá com seu marido a um show em que as mulheres aparecem com os seios de fora. Nervoso ele vai ficar - todos ficam - mas depois do primeiro momento (e do seu primeiro olhar para ele), lembrará que você virou "a patroa" e vai ficar com cara de quem está olhando uma paisagem. Mas faça uma experiência e proponha irem a uma praia de nudistas: um homem das cavernas vai surgir de dentro daquele que te encantava quando passava a mão nas suas pernas no carro, no meio do trânsito.
Mas quando ela vai almoçar com duas amigas, na segunda caipirinha volta a ser a mulher divertida que era antes, e que não é mais; não quando está com ele.
Onde foi parar esse homem? Onde foi parar aquela mulher que vivia feliz e risonha, que não queria nada da vida a não ser ficar com ele, agarrada, apaixonada? Quem ama não mata - não com uma faca ou com um revólver - mas costuma fazer desaparecer a pessoa que conheceu e por quem se apaixonou, o que é uma forma de matar. Ou mata a si próprio.
Danuza Leão.
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- É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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