quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Até a rapa
Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40 graus, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade. Pois metade deste povaréu sofre de dor-de-cotovelo.
Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos têm um amor mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação.
Por que isso acontece? Eu tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórica no assunto. Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim.
Você sabe, o amor acaba.
É mentira dizer que não. Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor foi devorado até a rapa.
Dor-de-cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia, sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas as etapas: atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim.
Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estar aberto para novos amores.
Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez.
Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e os maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo.
Isso é que libera a gente para ser feliz de novo.
Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos têm um amor mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação.
Por que isso acontece? Eu tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórica no assunto. Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim.
Você sabe, o amor acaba.
É mentira dizer que não. Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor foi devorado até a rapa.
Dor-de-cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia, sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas as etapas: atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim.
Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estar aberto para novos amores.
Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez.
Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e os maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo.
Isso é que libera a gente para ser feliz de novo.
Martha Medeiros
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quarta-feira, 29 de setembro de 2010
É assim que te amo
Eu sei que atrás desse universo de aparências das diferenças todas, a esperança é preservada nas xícaras sujas de ontem no café de cada manhã que é servido, mas existe uma palavra que eu não suporto ouvir e dela não me conformo.
Eu acredito em tudo, mas quero você agora.
Eu te amo pelas tuas faltas.
Pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes.
Pelas suas loucuras todas em minha vida.
Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas.
Amo teu jogo triste e tuas roupas sujas que aqui em casa eu lavo.
Eu amo tua alegria, mesmo fora de si.
Eu te amo pela tua essência, até pelo que você podia ter sido se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco.
Te amo nas horas infernais e na vida sem tempo, quando sozinha corto mais uma toalha de fim de semana.
Te amo pelas crianças e pelas futuras rugas.
Te amo pelas tuas ilusões perdidas e teus sonhos inúteis.
Amo teu sistema de vida e morte.
Te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras.
Te amo desde os teus pés e o que te escapa.
Te amo de alma para alma.
E mais que as palavras, ainda que seja através delas que eu me defenda quando digo que te amo mais do que o silêncio dos momentos difíceis.
Quando o próprio amor vacila.
Eu acredito em tudo, mas quero você agora.
Eu te amo pelas tuas faltas.
Pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes.
Pelas suas loucuras todas em minha vida.
Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas.
Amo teu jogo triste e tuas roupas sujas que aqui em casa eu lavo.
Eu amo tua alegria, mesmo fora de si.
Eu te amo pela tua essência, até pelo que você podia ter sido se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco.
Te amo nas horas infernais e na vida sem tempo, quando sozinha corto mais uma toalha de fim de semana.
Te amo pelas crianças e pelas futuras rugas.
Te amo pelas tuas ilusões perdidas e teus sonhos inúteis.
Amo teu sistema de vida e morte.
Te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras.
Te amo desde os teus pés e o que te escapa.
Te amo de alma para alma.
E mais que as palavras, ainda que seja através delas que eu me defenda quando digo que te amo mais do que o silêncio dos momentos difíceis.
Quando o próprio amor vacila.
Autor desconhecido
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terça-feira, 28 de setembro de 2010
Avanço
Chega um momento, depois de algum caminho percorrido, em que a gente pode até considerar que avançou menos do que supunha, mas entende ter avançado o máximo que conseguiu até então. E a gente agradece, com gentileza e compaixão por todos os caminhantes, porque somente quem caminha sabe o valor, o tamanho, a conquista, de que é feita a história de cada único passo.
Há quem pare no meio da estrada e se enrede no suposto cansaço que mente o medo de prosseguir. Há quem corra tão freneticamente de si mesmo que nem percebe a paisagem ao seu redor. Há quem pareça recuar dois passos para cada um alcançado.
No fim das contas, todos avançam, de uma forma ou de outra, ainda que, aos próprios olhos e aos alheios, o avanço seja imperceptível. E, nos trechos da jornada em que já é possível caminhar com mais atenção, respirando os sentimentos singulares de cada passo, a gente percebe que não há exatamente um lugar onde chegar.
Nós somos o lugar. A gente percebe que pode aprender a relaxar e a usufruir também da viagem e que essa é forma mais hábil e generosa de avanço. Não há movimento que se assemelhe àquele que nasce de um coração contente.
Há quem pare no meio da estrada e se enrede no suposto cansaço que mente o medo de prosseguir. Há quem corra tão freneticamente de si mesmo que nem percebe a paisagem ao seu redor. Há quem pareça recuar dois passos para cada um alcançado.
No fim das contas, todos avançam, de uma forma ou de outra, ainda que, aos próprios olhos e aos alheios, o avanço seja imperceptível. E, nos trechos da jornada em que já é possível caminhar com mais atenção, respirando os sentimentos singulares de cada passo, a gente percebe que não há exatamente um lugar onde chegar.
Nós somos o lugar. A gente percebe que pode aprender a relaxar e a usufruir também da viagem e que essa é forma mais hábil e generosa de avanço. Não há movimento que se assemelhe àquele que nasce de um coração contente.
Ana Jácomo
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Olhos de ver
Porque, para quem sabe prestar atenção em cada pequena coisa que acontece - ou não acontece, é só pensada ou imaginada -, a vida de todos os dias é cheia de coisas bonitas, alegres, tristes, intrigantes, interessantes...É só cada um usar os seus "olhos de ver", sabiam?
Tatiana Belinky
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domingo, 26 de setembro de 2010
O que quero de você
Quero acordar do seu lado num domingo de manhã e saber que não temos hora para sair da cama. E, depois, ir tomar café na padaria e ler o jornal com você. Quero ouvir você me contar sobre o trabalho e falar detalhadamente de pessoas que eu não conheço, e nem vou conhecer, como se fossem meus velhos amigos.
Quero ver você me olhar entre um gole de café e outro, sem nada para dizer, e apenas sorrir antes de voltar a folhear o caderno de cultura. Quero a sua mão no meu cabelo, dentro do carro, no caminho do seu apartamento.
Quero deitar no sofá e ver você cuidar das plantas, escolher a playlist no ipod e dobrar, daquele seu jeito metódico e perfeccionista, as roupas esquecidas em cima da cama. E que, sem mais nem menos, você desista da arrumação, me jogue sobre a bagunça, me beije e me abrace como nunca fez antes com outra pessoa. E que pergunte se eu quero ver um DVD mais tarde.
Quero tomar uma taça de vinho no fim do dia e deitar do seu lado na rede, olhando a lua e ouvindo você me contar histórias do passado. Quero escutar você falar do futuro e sonhar com minha imagem nele, mesmo sabendo que eu provavelmente não estarei lá.
Quero que você ignore a improbabilidade da nossa jornada e fale da casa que teremos no campo. Quero que você a descreva em detalhes, que fale do jardim que construiremos, e dos cachorros que compraremos. E que faça tudo isso enquanto passa a mão nas minhas costas e me beija o rosto.
Quero que você nunca perca de vista a música da sua existência, e que me prometa ter entendido que a felicidade não é um destino, mas a viagem. E que, por isso, teremos sido felizes pelos vários domingos na cama e pelos sonhos que compartilhamos enquanto olhávamos a lua.
Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais.
E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida. E, por fim, que você continue a dançar na sala. Para sempre. Mesmo quando eu não estiver mais olhando
Quero ver você me olhar entre um gole de café e outro, sem nada para dizer, e apenas sorrir antes de voltar a folhear o caderno de cultura. Quero a sua mão no meu cabelo, dentro do carro, no caminho do seu apartamento.
Quero deitar no sofá e ver você cuidar das plantas, escolher a playlist no ipod e dobrar, daquele seu jeito metódico e perfeccionista, as roupas esquecidas em cima da cama. E que, sem mais nem menos, você desista da arrumação, me jogue sobre a bagunça, me beije e me abrace como nunca fez antes com outra pessoa. E que pergunte se eu quero ver um DVD mais tarde.
Quero tomar uma taça de vinho no fim do dia e deitar do seu lado na rede, olhando a lua e ouvindo você me contar histórias do passado. Quero escutar você falar do futuro e sonhar com minha imagem nele, mesmo sabendo que eu provavelmente não estarei lá.
Quero que você ignore a improbabilidade da nossa jornada e fale da casa que teremos no campo. Quero que você a descreva em detalhes, que fale do jardim que construiremos, e dos cachorros que compraremos. E que faça tudo isso enquanto passa a mão nas minhas costas e me beija o rosto.
Quero que você nunca perca de vista a música da sua existência, e que me prometa ter entendido que a felicidade não é um destino, mas a viagem. E que, por isso, teremos sido felizes pelos vários domingos na cama e pelos sonhos que compartilhamos enquanto olhávamos a lua.
Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais.
E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida. E, por fim, que você continue a dançar na sala. Para sempre. Mesmo quando eu não estiver mais olhando
Milly Lacombe
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sábado, 25 de setembro de 2010
Receita de casa
Uma casa deve ter varandas para sonhar, cantos para chorar, quartos para os segredos e a ambivalência.
Um amor precisa espaço de voar, liberdade para querer ficar, alegria e algum desassossego contra o tédio.
Não se esqueçam os danos a cobrir, o medo de partir, e o dom de surpreender - que é a sua essência.
Um amor precisa espaço de voar, liberdade para querer ficar, alegria e algum desassossego contra o tédio.
Não se esqueçam os danos a cobrir, o medo de partir, e o dom de surpreender - que é a sua essência.
Lya Luft
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sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Que eu quero estar junto a ti (porque)
Eu (é primavera)
Te amo (é primavera)
Te amo (é primavera) meu amor
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Meu amor...
Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)
Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)
(É primavera)
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Que eu quero estar junto a ti (porque)
Eu (é primavera)
Te amo (é primavera)
Te amo (é primavera) meu amor
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Meu amor...
Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)
Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)
(É primavera)
Tim Maia
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Além da Terra, além do Céu
Além da Terra, além do Céu, no trampolim do sem-fim das estrelas, no rastro dos astros, na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar, até onde alcançam o pensamento e o coração, vamos!
Vamos conjugar verbo fundamental essencial, o verbo transcendente, acima das gramáticas do medo e da moeda e da política.
Carlos Drummond de Andrade
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Para se roubar um coração
Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava. ... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava. ... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.
Atribuido à Luís Fernando Veríssimo
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terça-feira, 21 de setembro de 2010
Canto
Enquanto houver um rio, hei de cantar
Lonjuras de outros tempos, esquecidas.
Enquanto houver gaivotas rumo ao mar,
Cantarei lembranças de outras vidas.
Enquanto houver um rio, hei de sonhar
Venturas de outros tempos, proibidas.
Enquanto houver mordaças de matar,
Cantarei esperanças coloridas.
E enquanto o rio correr e eu cantar
Vontades, ilusões, destinos, fados,
Talvez um dia, o meu canto chegue ao mar
Se não, que espalhem as gaivotas pelo ar
Em pios, em voos, em desenhos ousados
Tudo quanto meu canto nunca ousou cantar.
Lonjuras de outros tempos, esquecidas.
Enquanto houver gaivotas rumo ao mar,
Cantarei lembranças de outras vidas.
Enquanto houver um rio, hei de sonhar
Venturas de outros tempos, proibidas.
Enquanto houver mordaças de matar,
Cantarei esperanças coloridas.
E enquanto o rio correr e eu cantar
Vontades, ilusões, destinos, fados,
Talvez um dia, o meu canto chegue ao mar
Se não, que espalhem as gaivotas pelo ar
Em pios, em voos, em desenhos ousados
Tudo quanto meu canto nunca ousou cantar.
Helena Domingues
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010
O rio e o oceano
Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo.
Olha para trás, para toda a jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece, porque apenas o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento.
Assim somos nós.
Só podemos ir em frente e arriscar.
Que tenhamos Coragem !!
Avancemos firme para nos tornarmos Oceano!!!
Olha para trás, para toda a jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece, porque apenas o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento.
Assim somos nós.
Só podemos ir em frente e arriscar.
Que tenhamos Coragem !!
Avancemos firme para nos tornarmos Oceano!!!
Osho
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domingo, 19 de setembro de 2010
Mulheres maduras, na visão de um homem...
À medida que avança a idade, valorizo muito mais as mulheres com mais de 40 anos. E aqui estão algumas das razões:
1. Uma mulher com mais de 40, nunca vai te acordar no meio da noite, pra perguntar com o que você está sonhando... Simplesmente porque não lhe interessa com o que você está sonhando.
2. Se uma mulher com mais de 40, não quer assistir um jogo de futebol, ela não fica reclamando e andando em círculos no meio da sala. Ela simplesmente vai fazer algo que ela quer fazer, com grandes chances de ser muito mais interessante.
3. Uma mulher com mais de 40 se conhece o suficiente para estar segura de si mesma, para saber o que quer, para saber quem quer. São poucas as mulheres com mais de 40 que se importam com o que você pensa delas.
4. Uma mulher com mais de 40 já tem completa a sua cota de relações "importantes" e "compromissos". A última coisa que quer, na sua vida, é outro amante possessivo.
5. As mulheres com mais de 40 são superiores. Nunca dão uma baixaria no meio do restaurante. Se você aprontou alguma, ela certamente pode até te acertar um tabefe, mas em regra simplesmente te abandonam e depois não te querem ver nem pintado (por mais que você implore desculpas e diga que está arrependido).
6. As mulheres com mais de 40 geralmente são muito carinhosas e te elogiam muito. Elas sabem - por já terem vivido isso nas relações "importantes" e nos "compromissos" - como é desagradável que a pessoa de quem gostamos não seja carinhosa e cuidadosa.
7. As mulheres com mais de 40 tem segurança o suficiente para te apresentar as suas amigas. Uma mulher mais jovem, quando está com você, pode ignorar a existência da sua melhor amiga.
8. As mulheres com mais de 40, independentemente da sua área de atuação, acaba se tornando meio psicóloga: você não precisa confessar os seus pecados, porque elas sempre sabem.
9. Uma mulher com mais de 40 fica absolutamente linda com um batom vermelho.
10. Uma mulher com mais de 40 é honesta e direta: lhe dirá que você é um completo imbecil, se pensar mesmo isso de você
Há muitas coisas legais pra dizer das mulheres com mais de 40 e pelas razões mais diferentes. Mas, lamentavelmente, isso não é recíproco: porque para cada mulher com mais de 40, inteligente, bem sucedida, atraente, charmosa, bonita e sexy tem um homem com mais de 40, gordo, largado, se achando e com uma mulher de 20 do lado dele.
1. Uma mulher com mais de 40, nunca vai te acordar no meio da noite, pra perguntar com o que você está sonhando... Simplesmente porque não lhe interessa com o que você está sonhando.
2. Se uma mulher com mais de 40, não quer assistir um jogo de futebol, ela não fica reclamando e andando em círculos no meio da sala. Ela simplesmente vai fazer algo que ela quer fazer, com grandes chances de ser muito mais interessante.
3. Uma mulher com mais de 40 se conhece o suficiente para estar segura de si mesma, para saber o que quer, para saber quem quer. São poucas as mulheres com mais de 40 que se importam com o que você pensa delas.
4. Uma mulher com mais de 40 já tem completa a sua cota de relações "importantes" e "compromissos". A última coisa que quer, na sua vida, é outro amante possessivo.
5. As mulheres com mais de 40 são superiores. Nunca dão uma baixaria no meio do restaurante. Se você aprontou alguma, ela certamente pode até te acertar um tabefe, mas em regra simplesmente te abandonam e depois não te querem ver nem pintado (por mais que você implore desculpas e diga que está arrependido).
6. As mulheres com mais de 40 geralmente são muito carinhosas e te elogiam muito. Elas sabem - por já terem vivido isso nas relações "importantes" e nos "compromissos" - como é desagradável que a pessoa de quem gostamos não seja carinhosa e cuidadosa.
7. As mulheres com mais de 40 tem segurança o suficiente para te apresentar as suas amigas. Uma mulher mais jovem, quando está com você, pode ignorar a existência da sua melhor amiga.
8. As mulheres com mais de 40, independentemente da sua área de atuação, acaba se tornando meio psicóloga: você não precisa confessar os seus pecados, porque elas sempre sabem.
9. Uma mulher com mais de 40 fica absolutamente linda com um batom vermelho.
10. Uma mulher com mais de 40 é honesta e direta: lhe dirá que você é um completo imbecil, se pensar mesmo isso de você
Há muitas coisas legais pra dizer das mulheres com mais de 40 e pelas razões mais diferentes. Mas, lamentavelmente, isso não é recíproco: porque para cada mulher com mais de 40, inteligente, bem sucedida, atraente, charmosa, bonita e sexy tem um homem com mais de 40, gordo, largado, se achando e com uma mulher de 20 do lado dele.
Autoria desconhecida
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Diga ao vento
Feche os olhos, pense no que mais deseja. Sinta-se realizando o sonho mais antigo, sinta-se cercado pelas pessoas que mais ama.
Por instantes deixe-se levar pela solução, por alguns minutos esqueça os problemas, deixe-se levar pela vitória…
Por instantes deixe-se levar pela solução, por alguns minutos esqueça os problemas, deixe-se levar pela vitória…
Hoje, agora, por esse tempo de vida, deixe-se banhar pelo sentimento de realização, deixe a alma sorrir, ame profundamente o que é seu, respeite-se, compreenda-se, valorize-se!
O Deus que você tanto procura habita em você.
Faça um minuto de silêncio pela dor, enterre agora o seu passado, viva o presente que podemos transformar, mude o futuro que se abre agora…
Diga ao vento que passa, com todas as letras e sons, aquilo que você deseja. O vento passa e leva seus desejos, e por fazer uma volta no mundo, ele passa de novo por aqui, trazendo a concretização de cada sonho.
Por isso, cuide do que pensa,examine o que deseja e diga para o vento o que você mais quer.
Feche os olhos, deixe a Luz habitar em você; hoje é o dia mais que perfeito para ser feliz!
Paulo Roberto Gaefke
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segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Cecília Meireles
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domingo, 12 de setembro de 2010
Dois Corações
De que é feito o amor?
Dizem que o amor é pai
O que o amor me deu
Ninguém vai me tirar
O meu amor só crê
Nas visões que o amor me dá
Se uniu dois corações
Não vai mais separar
Uniu dois mundos em vidas tão separadas
Juntou caminhos, mas separou as estradas
Cadê o amor, cadê?
Sinto que ele vai chegar
Posso morrer de amor
Ou por amor calar
O meu amor só crê
Nas visões que o amor me dá
Se uniu dois corações
Não vai mais separar
Dizem que o amor é pai
O que o amor me deu
Ninguém vai me tirar
O meu amor só crê
Nas visões que o amor me dá
Se uniu dois corações
Não vai mais separar
Uniu dois mundos em vidas tão separadas
Juntou caminhos, mas separou as estradas
Cadê o amor, cadê?
Sinto que ele vai chegar
Posso morrer de amor
Ou por amor calar
O meu amor só crê
Nas visões que o amor me dá
Se uniu dois corações
Não vai mais separar
Nana Caymmi
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quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Feliz por nada
Geralmente, quando uma pessoa exclama "Estou tão feliz!", é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. "Faça isso, faça aquilo". A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando "realizado", também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso.
Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. "Faça isso, faça aquilo". A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando "realizado", também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso.
Martha Medeiros
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Eros e Psique
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
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terça-feira, 7 de setembro de 2010
Respirar no amor
O amor é sempre novo. Ele nunca envelhece porque é não-cumulativo, não-armazenador.
O amor não conhece nenhum passado; é sempre fresco, tão fresco como as gotas de orvalho. Ele vive momento a momento, é atômico. Não tem nenhuma continuidade, não conhece nenhuma tradição.
Cada momento ele morre e cada momento ele renasce novamente. É como a respiração: você inspira, você expira; de novo você inspira e expira. Você não o guarda dentro.
Se você segurar a respiração você irá morrer porque ela se tornará viciada, ela se tornará morta. Ela irá perder aquela vitalidade, a qualidade da vida. O mesmo acontece com o amor; ele está respirando; a cada momento ele se renova. Então, quando ficamos presos no amor e paramos de respirar, a vida perde toda significância.
E é isso que está acontecendo com as pessoas: a mente é tão dominante que ela até mesmo influencia o coração e o torna possessivo! O coração não conhece nenhuma possessibilidade, mas a mente o contamina, o envenena.
Então, lembre-se: apaixone-se pela existência! E deixe que o amor seja como o respirar. Inspire e expire, mas deixe que seja o amor entrando, saindo. Pouco a pouco, a cada respiração você precisa criar essa mágica de amor.
Torne isso uma meditação: quando você expirar, sinta que você está derramando seu amor na existência; quando você inspirar, a existência está derramando seu amor em você. E logo você verá que a qualidade da sua respiração está mudando; assim ela começa a ficar algo totalmente diferente daquilo que você sempre conheceu antes.
Eis porque na Índia a chamamos de "o prana da vida"; não é apenas respirar, não é somente oxigênio. Algo mais está lá presente, a própria vida.
O amor não conhece nenhum passado; é sempre fresco, tão fresco como as gotas de orvalho. Ele vive momento a momento, é atômico. Não tem nenhuma continuidade, não conhece nenhuma tradição.
Cada momento ele morre e cada momento ele renasce novamente. É como a respiração: você inspira, você expira; de novo você inspira e expira. Você não o guarda dentro.
Se você segurar a respiração você irá morrer porque ela se tornará viciada, ela se tornará morta. Ela irá perder aquela vitalidade, a qualidade da vida. O mesmo acontece com o amor; ele está respirando; a cada momento ele se renova. Então, quando ficamos presos no amor e paramos de respirar, a vida perde toda significância.
E é isso que está acontecendo com as pessoas: a mente é tão dominante que ela até mesmo influencia o coração e o torna possessivo! O coração não conhece nenhuma possessibilidade, mas a mente o contamina, o envenena.
Então, lembre-se: apaixone-se pela existência! E deixe que o amor seja como o respirar. Inspire e expire, mas deixe que seja o amor entrando, saindo. Pouco a pouco, a cada respiração você precisa criar essa mágica de amor.
Torne isso uma meditação: quando você expirar, sinta que você está derramando seu amor na existência; quando você inspirar, a existência está derramando seu amor em você. E logo você verá que a qualidade da sua respiração está mudando; assim ela começa a ficar algo totalmente diferente daquilo que você sempre conheceu antes.
Eis porque na Índia a chamamos de "o prana da vida"; não é apenas respirar, não é somente oxigênio. Algo mais está lá presente, a própria vida.
Osho
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sábado, 4 de setembro de 2010
Quietude
Imagine um lago. Sua superfície, absolutamente serena.
Não há vento, não há corrente.
Tudo está calmo. Suas águas contém todos os nutrientes para a vida, que se renova por si só. Procure pensar.
Eu sou como um lago, um reservatório imenso de virtudes.
Já tenho tudo que procuro.
Só preciso trazer para a superfície o que está depositado no fundo, em estado inerte.
Ao ver aflorar minha riqueza, dou vida a ela.
Deixo de buscar fora o que sinto existir dentro.
Isto é quietude.
Não há vento, não há corrente.
Tudo está calmo. Suas águas contém todos os nutrientes para a vida, que se renova por si só. Procure pensar.
Eu sou como um lago, um reservatório imenso de virtudes.
Já tenho tudo que procuro.
Só preciso trazer para a superfície o que está depositado no fundo, em estado inerte.
Ao ver aflorar minha riqueza, dou vida a ela.
Deixo de buscar fora o que sinto existir dentro.
Isto é quietude.
Brahwa Kumaris
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sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Seja feliz e pronto
A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre.
A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.
No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você.
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.
Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?
Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?
É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?
Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... A realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim.
Brincar é legal. Entendeu?
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva.
Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.
Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria.
Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.
Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...
Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus, confie e espere só NELE e pra relaxar que tal um cafezinho gostoso agora?
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios". "Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche".
Seja você mesmo sempre e VIVA A VIDA!!!!
Arnaldo Jabor
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quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Do Primeiro Olhar
É aquele momento em que a Vida passa da sonolência para a alvorada. É a primeira chama que ilumina o íntimo mais profundo do coração. É a primeira nota mágica arrancada das cordas de prata do sentimento.
É aquele momento instantâneo em que se abrem diante da alma as crônicas do Tempo, e se revelam aos olhos as proezas da noite, e as vozes da consciência. Ele é que abre os segredos da Eternidade para o futuro.
É a semente lançada por Ishtar, deusa do Amor, e espargida pelos olhos do ser amado na paisagem do Amor, depois regada e cuidada pela afeição, e finalmente colhida pela alma.
O primeiro olhar vindo dos olhos do ser amado é como o espírito que se movia sobre a face das águas e deu origem ao céu e à terra, quando o Senhor sentenciou: "E agora, vivei!"
É aquele momento instantâneo em que se abrem diante da alma as crônicas do Tempo, e se revelam aos olhos as proezas da noite, e as vozes da consciência. Ele é que abre os segredos da Eternidade para o futuro.
É a semente lançada por Ishtar, deusa do Amor, e espargida pelos olhos do ser amado na paisagem do Amor, depois regada e cuidada pela afeição, e finalmente colhida pela alma.
O primeiro olhar vindo dos olhos do ser amado é como o espírito que se movia sobre a face das águas e deu origem ao céu e à terra, quando o Senhor sentenciou: "E agora, vivei!"
Gibran Kahlil Gibran
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Não basta
O meu olhar é nítido como um girassol
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança,se,ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Que tem uma criança,se,ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se faz para pensarmos nele
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Não basta abrir a janela para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego para ver as ávores e as flores.
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Não basta abrir a janela para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego para ver as ávores e as flores.
Para ver as árvores e as flores é preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores:há idéias apenas.
Há só cada um de nós,como uma cave.
Há só uma janela fechada,e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver,se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê,quando se abre a janela.
Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,desembrulhar-me e ser eu...
Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,desembrulhar-me e ser eu...
O essencial é saber ver.
Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida),
Isso exige um estado profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
Isso exige um estado profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
Alberto Caiero (Fernando Pessoa)
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- É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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