quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Deixe-me gostar de você


Deixe-me gostar de você feito criança porque descobri que é o único jeito que consigo gostar de verdade, sem confusão, sem hipocrisia.

Deixe-me gostar de você da forma mais simples, sem porquês, sem perguntas, sem articulações.

Se eu ou você pensarmos muito e nos colocarmos sob o crivo da razão, teremos que ver entre as nossas qualidades também os nossos defeitos.

Teremos que ver a treva que coabita com a nossa luz.

Então, deixe-me gostar de você como criança. Criança gosta sem pensar.

Deixe-me gostar de você sem cobranças, sem compromissos que não sejam aqueles que nós dois estabelecemos para nós mesmos e não aqueles que os homens inventam que devemos seguir à risca, toda vez que resolvemos gostar.

Deixe-me gostar de você da forma mais inocente que eu puder. Neste gostar permita-me descartar toda a cultura, filosofia, modismos, conceitos ou preconceitos, dogmas, todo e qualquer mandamento ou imposição que venham de fora.

Quero apenas ouvir meu coração, assim como quero que você ouça o seu.

Se eu ficar com você um minuto, uma semana, um mês ou um ano, que seja pelo real prazer de ficar, pois aprendi que não é a duração, mas a qualidade que transforma um único minuto numa experiência com gosto de eternidade.

Deixe-me gostar de você sem expectativa, sem planos para o futuro, sem gaiolas que limitem o meu querer, porque o futuro é tão incerto e nunca é do jeito que pensamos.

Se nos gostarmos de verdade é possível que haja muitas ações no presente, e é só isto o que verdadeiramente importa.

Acima de tudo, deixe-me gostar de você deixando-o completamente livre para ficar ou para partir.

Deixe-me gostar de você sem máscaras e sem verniz.

E se um dia eu disser adeus e partir, creia, será no exato momento em que eu descobrir que já não sou mais capaz de me fazer ou de lhe fazer feliz.

Fátima Irene Pinto.

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É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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