terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sobre a saudade


 Aprendi, duramente, que as fotografias são objetos cruéis. Elas nos fazem lembrar de tempos que não voltam mais, de sorrisos e olhares que ficaram em algum lugar do passado.

Às vezes, eu posso sentir o cheiro desses sorrisos. E, amargamente, os reinvento e os revivo. Recrio as falas que eu nunca disse e queria ter dito; as que eu queria ter ouvido e nunca ouvi.

O tempo é um deus vingativo. Sempre quis saber o que eu roubava das pessoas quando as conhecia. Penso que lhes roubei as admirações, roubei-lhes os cheiros, seus tempos, suas histórias e os guardo todos comigo naquelas fotografias.

Fotografias que, cruelmente, guardo na memória. Cruelmente porque elas me forçam a enxergar que o tempo passou, que envelhecemos, que não dissemos o que sentíamos, que amamos de forma errada, que poderíamos ter aproveitado melhor cada momento, cada sorriso, cada lágrima, cada olhar, cada contato físico...

Eta, saudades .....

Por Dandara Gabira
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1 comentários:

Le Fior disse...

Achei lindooo e de pura alma.
Abraços.

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Claudia Mei
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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