segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O laço e o abraço


Meu Deus! Como é engraçado!

Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas. Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando ... devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah! Então, é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita. Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.

Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços. E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.

Então o amor e a amizade são isso... Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.

Mário Quintana

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Abandone o medo

 
Você pode fazer uma grande lista e você se surpreenderá de quantos medos você encontrará lá, e você ainda está vivo! Há infecções de todo lado, doenças, perigos, seqüestros, terroristas ...e esta é uma vida tão curta.

E finalmente há a morte que você não pode evitar; sua vida toda se tornará escura.

Abandone o medo.

O medo foi cultivado inconscientemente por você em sua infância. Agora conscientemente abandone-o e amadureça.

Então a vida se torna uma luz que vai se aprofundando enquanto você vai crescendo.

Osho
 
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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Saudades é o amor que fica


Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, com toda vivência e experiência que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.

Dizem que a dor é quem ensina a gemer. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.

Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar.

No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil. Tinha, e tenho ainda hoje, um carinho muito grande por crianças. Elas nos enternecem e nos surpreendem como suas maneiras simples e diretas de ver o mundo, sem meias-verdades.

Nós, médicos, somos treinados para nos sentirmos "deuses". Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos impulsiona, que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além.

Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e prepotência, o que não é bom. Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses. Somos forçados a reconhecer nossos limites!

Recordo-me, com emoção, do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Nesse hospital, comecei a freqüentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria.

Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes, particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.

Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças.

Até o dia em que um anjo passou por mim!

Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada porém por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos. Hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia.

Mas, nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano!
Mas via confiança e determinação.

Ela entregava o bracinho à enfermeira, e com uma lágrima nos olhos dizia:

- Faça tia ... é preciso para eu ficar boa.

Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar
sem vivenciar profunda emoção. Meu anjo respondeu:

-Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!

Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:

- E o que a morte representa para você, minha querida?

- Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama dos nossos pais, e, no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?

(Lembrei minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)

- É isso mesmo, e então? - perguntei.

- Vou explicar o que acontece! - continuou ela - Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?

- É isso mesmo querida, você é muito esperta!

- Olha tio, eu sei que não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei "entupigaitado". Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.

- E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha! - emendou ela.

Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo:

- E o que a saudade significa para você, minha querida?

- Não sabe não, tio? Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!

Um anjo passou por mim...

Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra, do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto relativizamos a única coisa absoluta que temos, nossa transcendência.

Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas deixou uma grande lição, vindo de alguém que jamais pensei, por ser criança e portadora de grave doença, e a quem nunca mais esqueci.

Deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.

Hoje, quando a noite chega e o céu está limpo, vejo uma linda estrela a quem chamo "meu anjo", que brilha e resplandece no céu. Imagino ser ela, fulgurante em sua nova e eterna casa.

Obrigado, anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que ensinastes, pela ajuda que me destes.

Que bom que existe saudades!

O amor que ficou é eterno!!!

Rogério Brandão, médico oncologista clínico, Cremepe 5758.

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Decidi te lembrar


"Decidi te querer por querer, decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade sem nada perder"... (Trecho da música “Outraz vez”, de Roberto Carlos).

É... há momentos que não adianta tentar esquecer, amordaçar o que vai dentro. Só o que dá é viver cada detalhe, cada gesto, degustar cada minuto como se fosse um manjar dos deuses… E, como numa dança de sedução e de tudo o que é proibido, viver a sensualidade de cada toque roubado, cada olhar escondido, cada palavra falada ou não falada… Viver o amor, brindar a vida, o outro, o encontro – estar e fazer feliz!

É assim que acontece o amor. E tudo começa com uma decisão, que independe de qualquer outro, qualquer momento, qualquer dificuldade, qualquer impedimento, vem de dentro para uma vida, uma nova história. Dessa forma nasce o amor. Aquela sensação de sentir-se sem chão, sem medida e, ao mesmo tempo plena, segura e insegura, guerra e paz.

Dessa maneira se vive o amor que se transforma e cresce e, nesse sentido, nos faz divinos. Amar – que decisão complexa, amedrontadora, enlouquecedora, rejuvenescedora… É mesmo um milagre! E se é tudo de bom – por que não nos deixamos envolver com esse sentimento,  o mais nobre de todos?

Temos medos, marcas, dúvidas, somos mais ou menos como os “gatos escaldados”, fugimos de água fria… Além disso, a própria sociedade demanda-nos cuidado. Tanto que mais do que anestesiados ficamos mesmo é num estado de defendidos.

Defendemo-nos de nós mesmos, dos nossos medos, nossos desejos, nossos sentimentos, nossos sonhos – evitamos tudo o que não está no script que ao longo do tempo pensamos escrever. Esquivamo-nos do outro, do amar. Da possibilidade, da oportunidade de viver uma relação seja lá como for.

A questão é,  se todos pudessem experimentar a sensação de: Ok! Estou mesmo apaixonada! Não há mais o que fazer. Rendo-me ao seu amor. Ao meu amor. Ao nosso tempo – ao não tempo. Não me importa o quanto vai durar. Não conta se está certo ou errado – só o que posso fazer é te amar. Não sei se você corresponde. Não sei se está pronto, não sei se será fácil… Não sei se estou pronta. Nada mais há a fazer. A não ser amar, amar, amar. Libertar-me, libertá-lo, sorrir, abraçar, amar… Abrir as portas. O coração. Abrir para o que despertou e o que desperto – o que temos de melhor. Juntos, brilhamos mais, me sinto mais forte, mais jovem – sou coragem. Sou vida. Sou eu em você. Sinto-me por isso capaz e, mais, sinto-me amada em cada toque, ao olhar-te, ao perceber o sorrir em teus olhos. Sinto-me amada quando me beija na boca, me empresta seu cheiro, me ama com pressa… Ok. Estou assim: entregue a nós e a esse sentimento que faz tão bem… Amo você como jamais se poderia amar alguém. Amo você com todo meu ser, alma, corpo, mente, amo porque quero, escolho. Amo porque me faz bem… Ok. Em você sinto-me maravilhosamente mulher! Sou seu amor.

Lindo não é mesmo?! É sentir-se apaixonada nos faz poetas. Mais coloridos, mais alegres, mais… É para todos? Sim. Todos podemos entrar em uma relação com esse tom, essa intensidade, essa vontade…  Dará certo, durará para sempre? Não há como saber ou avaliar. Vai machucar, doer, vamos sofrer, vamos ser felizes? Tampouco há como prever.

E, isso tudo é da vida. Afinal, não há como brincar com fogo sem se queimar, amar sem arriscar, viver sem experimentar.  Então, que venham os amores, as paixões, os sentimentos. Que sejam fortes certos ou incertos. Que sejam avassaladores e, que ok – sim, deixem marcas… Boas ou más…

Que possamos então mergulhar em cada situação que a vida nos traz. São todas presentes! Presentes que abrem nossos corações e, nos ajudam a trazer a tona tudo o que precisamos.

Sandra Maia


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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pipocas da vida


Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.  Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira.

São pessoas de uma mesmice  e uma dureza assombrosa.  Só que elas não percebem e acham  que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor.

Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder  o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer.

Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação  que está sendo preparada para ela.

A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: bum! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir  coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.

A presunção e o medo são a dura casca do milho  que não estoura.  No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca,  macia e nutritiva.  Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Talvez hoje você não entenda o motivo de estar passando por alguma coisa, mas tenha certeza que quanto mais quente o fogo, mais rápido a pipoca estoura.

Rubem Alves

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domingo, 21 de novembro de 2010

Amar é...


Claudia Mei
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Apenas mais uma de amor


Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Sub-entendido

Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Eu Acho isso tão bonito
de ser abstrato,baby
A beleza é mesmo tão fugaz

É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

Lulu Santos



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sorte e escolhas bem feitas


Pessoas consideradas inteligentes dizem que a felicidade é uma idiotice, que pessoas felizes não se deprimem, não têm vida interior, não questionam nada, são uns bobos alegres, enfim, que a felicidade anestesia o cérebro.

Eu acho justamente o contrário: cultivar a infelicidade é que é uma burrice. O que não falta nessa vida é gente sofrendo pelos mais diversos motivos: ganham mal, não têm um amor, padecem de alguma doença, sei lá, cada um sabe o que lhe dói.

Todos trazem uns machucados de estimação, você e eu inclusive. No que me diz respeito, dedico a meus machucados um bom tempo de reflexão, mas não vou fechar a cara, entornar uma garrafa de uísque e me considerar uma grande intelectual só porque reflito sobre a miséria humana. Eu reflito sobre a miséria humana e sou muito feliz, e salve a contradição.

Felicidade depende basicamente de duas coisas: sorte e escolhas bem feitas.

Tem que ter a sorte de nascer numa família bacana, sorte de ter pais que incentivem a leitura e o esporte, sorte de eles poderem pagar os estudos pra você, sorte por ter saúde. Até aí, conta-se com a providência divina. O resto não é mais da conta do destino: depende das suas escolhas.

Os amigos que você faz, se optou por ser honesto ou ser malandro, se valoriza mais a grana do que a sua paz de espírito, se costuma correr atrás ou desistir dos seus projetos, se nas suas relações afetivas você prioriza a beleza ou as afinidades, se reconhece os momentos de dividir e de silenciar, se sabe a hora de trocar de emprego, se sai do país ou fica, se perdoa seu pai ou preserva a mágoa pro resto da vida, esse tipo de coisa.

A gente é a soma das nossas decisões, todo mundo sabe. Tem gente que é infeliz porque tem um câncer. E outros são infelizes porque cultivam uma preguiça existencial. Os que têm câncer não têm sorte. Mas os outros, sim, têm a sorte de optar. E estes só continuam infelizes se assim escolherem.

Martha Medeiros

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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sobre a felicidade


Ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Autor desconhecido
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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um lugar que faz eco


O Amor não deveria ser exigente, senão, ele perde as asas e não pode voar; torna-se enraizado na terra e fica muito mundano. Então ele é sensualidade e traz grande infelicidade e sofrimento.

O amor não deveria ser condicional, nada se deveria esperar dele. Ele deveria estar presente, por estar presente, e não por alguma recompensa, e não por algum resultado. Se houver algum motivo nele, novamente seu amor não poderá se tornar o céu. Ele está confinado ao motivo; o motivo se torna sua definição, sua fronteira.

Um amor não motivado não tem fronteiras: É a fragância do coração.
E o fato de não haver desejo de algum resultado não quer dizer que não haja resultados. Há sim, e eles acontecem mil vezes mais, porque tudo o que damos ao mundo retorna e ressoa.

O mundo é um lugar que faz eco.


Osho
 
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Viver vale a pena


Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro.

Que ela possa vir com toda a simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos.

Que as pessoas saibam falar, calar e, acima de tudo, ouvir.

Que tenham amor ou então sintam falta de não tê-lo.

Que tenham ideal e medo de perdê-lo.

Que amem ao próximo e respeitem sua dor, para que tenhamos certeza de que viver vale a pena.

Autor desconhecido

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domingo, 14 de novembro de 2010

O empurrão


A águia empurrou gentilmente seus filhotes para a beira do ninho.
Seu coração se acelerou com emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que sentiu a resistência dos filhotes, a seus insistentes cutucões.

Por que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair? pensou ela. O ninho estava colocado bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes.

E se, justamente agora, isto não funciona? Ela pensou. Apesar do medo, a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão estava prestes a se completar, restava ainda uma tarefa final: o empurrão.

A águia encheu-se de coragem.
Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas, não haverá propósito para as suas vidas.
Enquanto eles não aprenderem a voar não compreenderão o privilégio que é nascer águia.
O empurrão era o melhor presente que ela podia oferecer-lhes.
Era seu supremo ato de amor.
Então, um a um, ela os precipitou para o abismo.

E eles voaram!

Às vezes, na nossa vida, as circunstâncias fazem o papel de águia.
São elas que nos empurram para o abismo.
E, quem sabe, não são elas, as próprias circunstâncias, que nos fazem descobrir que temos asas para voar.

Pense sobre isto
E...se precisar......voe

Autor desconhecido

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sábado, 13 de novembro de 2010

Três coisas


"De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando
A certeza de que é preciso continuar
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar

Portanto, devemos:
Fazer da interrupção, um caminho novo
Da queda, um passo de dança
Do medo, uma escada
Do sonho, uma ponte
Da procura, um encontro "

Desconheço a autoria

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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Carinho de criança


Escritor e conferencista, Leo Buscaglia contou que uma vez lhe pediram que fosse júri de um concurso. O objetivo do concurso era encontrar a criança mais carinhosa.

Quem ganhou foi um menino de quatro anos, cujo vizinho do lado era um homem idoso que perdera recentemente a mulher. Ao ver o homem a chorar, o menino entrou no quintal dele, subiu-lhe para o colo e ficou ali sentado. Quando a mãe lhe perguntou o que dissera ao vizinho, o menino respondeu:

- Nada, só o ajudei a chorar.

Por Contadores de Estórias.

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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Desafios



Não é o desafio que define quem somos, nem o que somos capazes de ser; mas, sim, como enfrentamos esse desafio: podemos incendiar as ruínas ou construir, através delas  e passo a passo, um caminho que nos leve à liberdade.

Richard Bach


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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Olha o olho da menina


Primeiro livro do mundo com versão integral na internet. Leia a versão lindamente ilustrada por ZIRALDO em  http://ipanema.com/livros/olha/cover.htm



Olha o olho da menina

Menina crescia escutando que não adiantava mentir porque Mãe sempre sabia.

Mãe dizia que lia na testa da Menina, e que só Mãe sabia ler testa.
Menina tentava tapar a testa com a mão na hora de mentir. Mãe achava graça. Muita graça. E continuava lendo assim mesmo.

Menina precisava entender como essa coisa misteriosa acontecia.
No espelho do banheiro, mentia muito em silêncio. E na testa, nada escrito!

Aí, Menina descobriu que Mãe também mentia. E que então não era testa era o olho, com um brilho diferente - que entregava a mentira.
Menina então tentava fechar o olho com força, para esconder a mentira.
Mas nem isso resolvia, pois Mãe sempre adivinhava.

Menina tinha era que aprender a fingir de olho aberto, que mentira era verdade.

Menina tentou, tentou... e aprendeu. Era essa a solução.

Mas de noite Menina ficava apertada por dentro. Assim meio sufocada, não podia nem piscar. Com o olho muito aberto, não conseguia dormir.

Faltava ar pra Menina. Igual quando a gente fica quase sem respirar rindo de uma cosquinha. Só que não tinha graça.

Menina - sem querer - tinha descoberto a Consciência, uma coisa que toma conta da gente
mesmo quando Mãe não está lendo testa, nem adivinhando olho.

Menina tinha aprendido que ter que fingir doía.
E que desse jeito ia ficar muito sem graça ser gente grande.
Menina desistiu de crescer.

Mas não adiantava. Menina via que agora já estava quase da altura do móvel da sala da vovó. E ficava muito triste, o aperto apertando mais.

E de tanto que o aperto apertava, Menina achou que fingir só podia doer tanto porque era dor sozinha.

Menina teve uma idéia.
E ainda não sabia se era idéia brilhante.
Mas sabia - isso sim - que precisava testar, pra conseguir descobir.

A idéia da Menina foi dizer para Mãe que era difícil fingir.
Menina achava ruim aprender montes de coisas sem dividir com ninguém.
Menina falou pra Mãe que era muito complicado e que não era nada bom ter que crescer sozinha.

Mãe abraçou muito apertado a Menina.
E no colo tão esperado Menina estava sendo mãe da Mãe.
Menina sentiu que mãe estava chorando.
E que Mãe ainda não tinha aprendido tudo.

Mãe não falava nada Mas uma e outra sabiam naquele abraço apertado que em Mãe também doía ser gente grande sozinha.

Nessa hora Menina entendeu tudinho.
Descobriu que só carinho é que espanta a solidão. E que a dor, se dividida, fica dor menos doída. E que aí, dá até vontade  de continuar a crescer pra descobrir o resto das coisas.

texto de Marisa Prado
ilustrado por ZIRALDO


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terça-feira, 9 de novembro de 2010

A sabedoria que só se conquista aos dois anos de idade


Tem um cara muito louco que mora aqui em casa comigo e com a minha mulher. Ele tem 2 anos de idade e diz pra todo mundo por aí que é meu filho apesar de que somos absolutamente idênticos. Ele está sempre feliz. Muito feliz. Extremamente feliz. Tanto que resolvi adotar seus hábitos e comportamentos. Segue a lista que preparei e que pretendo seguir com disciplina e rigor para ser muito mais feliz .

1. Sempre que possível, corra peladão pela casa gritando: “Tô peladão! Ebaaaaa!”

2. Nunca perca a chance de dar um beijinho ou um abraço em alguém que estiver ali, dando sopa.

3. Não tenha medo de puxar conversa com alguém interessante. Aponte para o céu e diga: “Óia! um avião grande!”. Siga conversando naturalmente.

4. Tire uma soneca depois do almoço onde quer que esteja. (Lembrete: menos ao volante).

5. Desenhe no box do banheiro enevoado pelo vapor. Ao concluir cada desenho ou mesmo apenas deixar a palma de sua mão impressa diga: “Ebaaaaaa!”

6. Vire mais cambalhotas. Um mínimo de 3 por semana. Diga: “Ebaaaa!” antes e depois de cada evolução.

7. Pule na cama. Mas não muito perto da beirada. Diga repetidamente”Ebaaa-ebaaaaa-ebaaa!”

8. Minta deslavadamente. Mas nunca em causa própria.

9. Convide todo mundo pra tudo: “Vâmo deitá no chão pessoal?”, “Vâmo tomá suco, pessoal?!”, “Vâmo naná, pessoal?”

10. Acorde bem cedo e berrando à plenos pulmões. Só pare quando alguém vier te abraçar.

11. Tenha medo da sua comida.

12. Acredite nas versões alternativas. Por exemplo: que um trovão pode perfeitamente ser o pum de um elefante voador gigante.

13. Diga “obrigado” e “por favor” sempre, mesmo que fora de contexto.

14. Use o MSN Messenger ou Skype para fazer uma videoconferência com seus avós, durante a qual, dance, corra, vire cambalhotas e identifique interessantes partes do seu corpo como o nariz e a bunda.

15. Mostre o seu pé para as visitas. Olhe de forma atenta e não sem curiosidade para a extremidade e comente: “Ó…o pé.” Depois de alguns segundos de silêncio respeitoso sugira que a visita mostre o pé dela pra você.

16. Convide sua mãe pra passear quando ela menos espera.

17. Encontre as formas ocultas nas coisas: uma torrada que parece um coração, um guardanapo dobrado que parece um pato ou uma luva que parece um cavalo. Diga “Ebaaaa!” sempre que isso acontecer.

18. Quando fizer uma gracinha que todo mundo gosta, repita.

19. Chore rápido e esqueça porque chorou mais rápido ainda.

20. Sinta orgulho das coisas que consegue fazer sozinho mas nunca sinta vergonha de pedir ajuda pra quem você ama.

21. “Ebaaaaaaaa!”

Rodrigo Leão


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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Prece

 
 
Que Deus não permita que eu perca o  romantismo, mesmo sabendo que as rosas não falam...

Que eu não perca o otimismo, mesmo sabendo que o futuro que nos espera pode não ser tão alegre...

Que eu não perca a vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...

Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...

Que eu não perca a vontade de ajudar pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver,reconhecer e retribuir, esta ajuda...

Que eu não perca o equilíbrio, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia...

Que eu não perca a vontade de amar, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo pode não sentir o mesmo sentimento por mim...

Que eu não perca a luz e o brilho no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo escurecerão meus olhos...

Que eu não perca a garra, mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversários extremamente perigosos...

Que eu não perca a razão, mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas...

Que eu não perca o sentimento de justiça, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu...

Que eu não perca o meu forte abraço, mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...

Que eu não perca a beleza e a alegria de viver, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...

Que eu não perca o amor da minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigirá esforços incríveis para manter a sua harmonia...

Que eu não perca a vontade de doar este enorme amor que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado...

Que eu não perca a vontade de ser grande, mesmo sabendo que o mundo é pequeno e acima de tudo...

Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente!

Que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois, a vida é construída nos sonhos e concretizada no amor.

Francisco Cândido Xavier

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Enquanto houver sol

 Quando não houver saída
Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída
Nenhuma ideia vale uma vida
Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós, algo de uma criança


Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol

Quando não houver caminho
Mesmo sem amor, sem direção
A sós ninguém está sozinho
É caminhando que se faz o caminho
Quando não houver desejo
Quando não restar nem mesmo dor
Ainda há de haver desejo
Em cada um de nós, aonde Deus colocou

Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol

Titãs




quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Por um coração mais arejado

Muitas vezes eu também já me perguntei se adianta a gente se empenhar para abrir o coração num tempo de tantos corações rigidamente trancados, em que o medo parece dar as cartas e descartar possibilidades de troca, espontaneidade e amor.

Houve instantes em que duvidei e me questionei se não seria mais seguro, mais tranquilo, mais fácil, tentar interromper o fluxo e fechar o meu coração de novo. No máximo, deixar apenas uma fresta aberta por onde espiar a vida de longe.

Embora não seja necessariamente mais seguro, mais tranquilo, muito menos mais fácil, continuo sentindo que é bem mais leve, alegre e desapertado viver com o coração mais aberto. Sobretudo, para nós mesmos. Ainda que às vezes a gente sinta estar na contramão. Ainda que às vezes esse nos pareça ser um movimento solitário.

No mínimo, corre mais vento.

Ana Jácomo

O amor é como um rio

O amor é como um rio, que nasce transparente, cristalino, limpo, e percorre um leito sem destino, passando por caminhos sinuosos, por pedras, e que se torna estreito ou largo, frágil ou devastador. Que quando bem cuidado torna-se prazeroso, nos banha e mata a sede, mas quando mau tratado se torna ameaçador, nos contamina e mata a alma.

O amor é como um rio, que resiste aos caminhos adversos, nos dá prazer e dor, em determinados pontos parece desaparecer, e em momentos se torna grande e admirável por aqueles que na sua ignorância desconhecem a sua profundidade.

O amor é como um rio, que quando pequeno, não passará por todas as etapas naturais que lhe foram determinadas, e terminará desaguando em um rio verdadeiramente rio.

O amor é como um rio, que quando grande, enfrenta as dificuldades encontradas com bravura, resiste ao sol e a chuva, e até mesmo aqueles que tentam o destruir, lhe poluindo e o contaminando, mas que como um rio verdadeiro, se transforma em um forte e belo oceano.

ANTONIO PEDRO DE SOUZA.

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É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Clarice Lispector
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